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Copyright ® KMD Sistema marcial evolutivo

KMD: os níveis de entendimento...

Dentro do circuito prático do sistema KMD, existem distintos níveis de relação entre quem instruí e quem é instruído.  Dos bem diferenciados níveis  podemos destacar a relação treinador/atleta, a professor/aluno e a mestre/discípulo... Por conseguinte os níveis de entendimento são também bastante distintos. Contudo é deveras importante saber manter sempre presente a ideia de que, apesar de distintos, os níveis não são independentes nem dependentes. Como é critério do sistema KMD... os distintos níveis somam-se e serão no conjunto um só... pois é este critério uma das características que distingue o KMD System.

Nível de entendimento externo: A 1ª relação entre quem instruí e quem é instruído. É neste nível que se desenvolve as capacidades mentais e físicas de modo a serem corretamente praticados os esquemas técnico-táticos e principalmente o disponibilizar das bases e ferramentas que possibilitam a liberdade de cada individuo se adaptar e melhorar as suas capacidades de combate híbrido. Manifesta-se portanto como treino de MMA desportivo e de defesa pessoal.

Nível de entendimento interno: Neste nível disponibiliza-se os ensinamentos relativos à prática de "energias" (ki, chi, prana...). É neste nível que se desenvolve os exercícios com base nas ancestrais escolas internas orientais. O funcionamento dos meridianos e dos chakras e o seu correto uso é neste nível que se pratica. Manifesta-se portanto como uma prática mais solitária e similar ao "Ioga", com exercícios respiratórios, posturas e formas.
 
Nível de entendimento profundo ou secreto: Este é o nível da prática de meditação, o nível que aborda o conhecimento ultimo da natureza de todos os fenómenos da existência... ...

Com o desenvolver da relação entre quem instruí e quem é instruído (pois ambos estão implicados na prática) o praticante de KMD atingirá aos poucos e ao seu ritmo uma visão correta  sobre os aspetos que constituem a aparência do KMD e os aspetos que constituem a essência do KMD. Consequentemente, quando o sujeito e objeto forem um só, aí sim o praticante entenderá o que é de verdade o KMD.
Poderá neste momento afirmar  que pratica  "artes marciais" não MMA, não defesa pessoal, não um nome ou estilo, não KMD mas sim...  "artes marciais".

Reunir condições...

A lei de causa e efeito é inexorável, contudo e apesar disso, permanecemos pegos à sua força. Numa analise mais intimamente profunda, sabemos até que, somos nós na realidade os catalizadores dessa mesma lei, e mesmo assim permanecemos no vai e vem de agrado e desagrado permanente... e até mesmo "isto" que hoje me agrada amanhã já pode desagradar... e quanto mais lutamos menos nos apercebemos da dimensão e força desta mesma lei, pois ficamos e permanecemos tão absortos na conquista da "vitória" de agradar o Ego que cada vez mais nos afastamos da realidade e da verdadeira natureza pacifica de saber "estar" vivo. Saber disciplinar a mente requer tempo e coragem, domar no momento certo a causa que mais tarde será um efeito nefasto e ou negativo, requer uma visão e antecipação que nem todos conseguem desenvolver. O motivo pelo que isto acontece está no distanciamento, tanto a nível de tempo como de espaço, entre a anterior causa e o presente efeito. Deste modo, o ideal será desenvolver determinados meios e manter uma constante atenção, serena mas eficaz, correcta mas sem esforço, uma prática constante e principalmente que adira nos momentos mais difíceis de gerir. Qualquer fenómeno que ocorre só ocorre quando reunidas as condições para isso, ou seja, sendo a própria causa, assim como o efeito, fenómenos, também estes necessitam da reunião de determinadas condições para ocorrerem, é só uma questão de (subjectivo) tempo. Na realidade nós somos capazes de trabalhar as referidas condições e como tal, mesmo que sejamos ignorantes e ou incapazes em relação a determinadas causas que por uma enorme distancia em tempo e espaço não nos pareçam referencia para determinadas coisas "más" que no momento presente ocorrem, podemos sempre nos unir e ou rodear, por meio de opção própria, a condições favoráveis a efeitos positivos. A ultima opção é sempre nossa, com disciplina e prática todos podemos optar por nos rodearmos de más ou boas condições... e reunidas as condições,... os fenómenos acontecem!!!

Treinar para "descarregar" a raiva... sim ou não?

É da ignorância que nasce a falsa percepção do mundo que nos rodeia e consequentemente a percepção errada dos fenómenos e eventos com os quais lidamos no dia a dia. Por causa deste não saber, e pior ainda, por causa deste não querer saber, é que a raiva cresce dentro de nós todos. A tentativa de "descarregar" a raiva de nada serve, pois a raiva, assim como qualquer outra emoção (conflituosa ou não), faz parte de nós, é uma semente que habita na nossa mente e está sempre pronta a ser regada. Quem tenta usar o desporto e principalmente o desporto de contacto, por si só, para "descarregar" a raiva que cresce, comete um grande erro que trará de futuro, e inevitavelmente, más consequências para os outros e garantidamente para o próprio. Quem tenta através da extrema fadiga física, ou do bater num saco e etc, alcançar essa dita "descarga",  nada mais faz do que camuflar e adiar o problema, pois a semente estará sempre lá, e se já brotou, a única coisa que consegue é distrair a mente por um período incerto com uma nova prioridade, que é, o desgaste e os limites impostos pelo treino extremo. Deste modo consegue-se mais uma falsa sensação de alívio e de que tudo está controlado, pois a mente não consegue estar ocupada com duas coisas em simultâneo, e deste modo, passa o crescer da raiva para um segundo plano até chegar o momento de se voltar a ocupar com ela. O problema nesta atitude reside no facto de que, como a raiva ficou num período de descanso, assim que por nova falsa percepção nos sentirmos agredidos por alguém, não só a raiva volta a aparecer, como será ainda maior e mais forte, pois será um acumular, apresentar-se-a cada vez maior,  e para piorar a situação, como usamos a errada táctica do  "descarregar" através do treino, estamos nós também mais fortes, mais treinados e mais perigosos... Com o repetir deste processo acabamos por nos transformar numa perigosa, destruidora, e letal arma ambulante, e pior que tudo, pronta a disparar a qualquer momento... acabaremos a determinado momento por "descarregar" em alguém, que no local errado e à hora errada foi a ultima gota neste acumular de raiva, e neste referido momento as consequências deste "descarregar" podem ser irreversíveis e de proporções demasiado graves.
Por tudo o que foi acima referido, e na minha opinião, o treino deverá manter sempre (já referida anteriormente em diversos textos) a correcta e una prática do pólo fixo e do pólo móvel (consciêncialização vs desenvolver de capacidades físicas), de um modo permanente e respeitoso. Cabe neste processo, ao Mestre,  cumprir o seu verdadeiro papel de identificar o que realmente os discípulos precisam de praticar, versus, o que eles querem praticar, pois nem sempre o que querem é o que realmente precisam. Um bom Mestre tem sempre presente esta preocupação; primeiro os discípulos e depois o próprio. Deste modo aprendemos, experimentamos por nós mesmos e sentimos por nós mesmos, qual o caminho correcto, qual a prática correcta, de modo a manter o eixo do nosso comportamento alinhado pela consciêncialização... e da próxima vez que sentirmos raiva, teremos a capacidade de saber que podemos parar de regar a semente que a faz crescer.
Sentados em silêncio, e através de uma correcta consciêncialização, poderemos identificar as tantas outras sementes existentes no nosso interior, e com a prática e o tempo,  saberemos escolher quais as sementes que realmente podemos e até deveremos regar constantemente. Mas nunca se esqueçam, que mesmo a bater no saco, na exaustão física e até mesmo durante um conflito... todas as sementes estão presentes no nosso interior... umas trazem a paz e a liberdade de espírito ... outras... as más e inevitáveis  consequências...

Desistir

Por vezes dá vontade de desistir, da dureza,  das feridas acumuladas  e da própria vontade de continuar... Por vezes acordamos com aquela sensação de que está mais um dia a acontecer e que "eu" afinal continuo à procura de mim,  sempre preso a não me querer perder. Mas na verdade é precisamente o  não saber o fim... do treino, da luta, do dia... da vida.... que faz de mim livre. No fundo só há uma coisa da qual devemos  desistir, é de persistir em subjugar o outro, pois esta busca sem fim faz de "mim" uma eterna metade de mim mesmo. Quem desiste, desiste de ser pleno, de se auto-conhecer... de ser livre...  Mais importante do que perder ou ganhar uma luta,  é não ser nunca metade de si próprio.