KMD Copyright ®

Copyright ® KMD Sistema marcial evolutivo

Praticar com consciência...

Do mesmo modo que a nossa consciência muda de acordo com o tempo e as vivências experimentadas, a consciência colectiva também passa pelo mesmo processo de mudança. O suposto de acontecer é desenvolver um processo de maturidade, não só individual como colectiva, perante a relação e inter-acção com os outros e o meio. Neste processo, o papel de professor e ou Mestre é primordial, pois a responsabilidade é acrescida e o atraso ou avanço desta "elevação" de consciência está directamente relacionada com o bom ou mau desempenho de quem tem o papel de guia ou indicador de um caminho. Do mesmo modo que com prática e perseverança alcançamos o domínio de determinadas destrezas não só físicas (técnicas) como mentais (tácticas), com o decorrer do tempo, a mesma prática e perseverança  acarreta consequências que só o correcto desenvolvimento da consciência e uso da liberdade poderá corrigir. No fundo, sendo nós capazes de escolher como reagir perante algo ou alguém, significa que somos livres, e o modo como gerimos essa liberdade condiciona o modo como desenvolvemos a nossa consciência. O inicio da relação Mestre/discípulo e ou professor/aluno é o ponto que catalisa todo este processo de desenvolvimento da consciência... cabe ao Mestre e ou professor a responsabilidade de desenvolver a relação correcta entre todos os participantes nas suas classes... mas cabe também ao discípulo ou aluno o papel de desenvolver a correcta noção de liberdade, e deste modo também, conquistar o direito de  questionar e ou não aceitar tudo como sendo o correcto e verdadeiro. Diz o ditado que "a união faz a força", e neste caso, a força colectiva de uma consciência competitiva, que quer ganhos  a qualquer preço, sem se importar com o respeito por máximas que dignificam o nosso papel de seres humanos e evoluídos, torna todo este processo mais lento. Contudo, acredito que cada vez mais a união das consciências que dignificam não só a arte, mas também o espírito desportivo e principalmente a  vida humana, será cada vez mais sentida como repositora de um equilíbrio não só urgente, como necessário. Não temos de ser os mais fortes, não temos de ser os mais inteligentes.... temos sim de estar conscientes e de saber usar a liberdade. Pela arte, pelo desporto, pela vida... treinem o corpo e a mente... mas com correcta consciência.

KMD - MMA para controlar o stress

Já não é novidade o facto de que os níveis de stress têm vindo a aumentar drasticamente nos últimos anos. O stress representa uma das variáveis mais destrutivas das nossas vidas, como tal, a capacidade de saber gerir e resolver essas mesmas variáveis é factor primordial para o reequilíbrio e bem-estar. A crescente preocupação em relação aos riscos inerentes à gordura, elevada pressão sanguínea e doenças cardíacas, fazem crescer o numero de pessoas activas e frequentadoras de ginásios. Contudo, deveríamos estar mais atentos aos nossos níveis de stress, pois o stress contribui para o risco e aumento dos factores negativos que põem em risco a nossa saude.

A prática regular de KMD - MMA constitui uma excelente terapia e modo de prevenção em relação ao stress proveniente das inúmeras instabilidades do nosso dia a dia. Basta um pouco de atenção e existem tantos sinais que nos podem alertar ao quanto o stress interfere no nosso equilíbrio:
- Fadiga
- Falta de concentração
- Problemas com o sono
- Desmotivação
- Baixo rendimento e irresponsabilidade
- Irritabilidade
- Depressão

A combinação entre o desafio físico dos exercícios e a estimulação mental da estratégia, proporciona um método eficaz e estimulante para aliviar o stress e os seus efeitos negativos. Com o tempo os níveis de auto-confiança aumentam, consequentemente, e tendo em conta que o mercado competitivo actual é sem dúvida uma das principais ignições ao stress, tenderemos ao reequilíbrio da qualidade de vida.

Deste modo, são inúmeras as vantagens de praticar KMD - MMA que se podem transpor tanto para o nível pessoal como profissional:
- melhora as ligações entre o pessoal, em particular entre diferentes hierarquias.
- melhora a saúde física e mental de todos.
- cria elos entre as tácticas usadas nos treinos e a vida pessoal e profissional.
- exercita directamente o controlo de stress.
- é um método para praticar exercício, moderno, disciplinar e divertido.
- e muito importante, desenvolve o auto controlo de modo a se gerir melhor as emoções negativas e os estados agressivos.

... DE QUE ESTÁ À ESPERA PARA EXPERIMENTAR!!!! SERÁ BEM VINDO!!!

Caminhos de confusão

Do ponto de vista fonético e aos mais distraídos, poderá criar alguma confusão, contudo, marcial e marginal nada têm de comum, nem são homófonas, nem tampouco homónimas. Poderíamos até afirmar que são caminhos com intenção oposta, mas que, através da publicidade negativa e alguma ignorância na matéria, teima em estreitar laços. Do meu ponto de vista é fácil de se identificar o propósito de quem pratica, o ser marcial aproxima-se à arte, enquanto o ser marginal cada vez mais se afasta da arte. Portanto, de um lado temos a "arte marcial" e do outro o aproveitamento de determinadas características físicas para uso indevido da força. Entenda-se por força a capacidade de se controlar os outros, essa é a demanda de quem é movido pela sede de aprender não a arte mas sim as habilidades de luta que permitem então esse controlo sem auto-controlo. Como já alguém disse, e mais do que uma vez: "... não existem maus alunos, existem sim é maus professores..." Do mesmo modo, na componente atlética de um praticante de qualquer estilo, atrevo-me a alertar à grande diferença que existe entre um desportista e um competidor, diferença essa que tanto tem de cada vez mais estreita como de perigosa. O espírito competitivo é cada vez mais sagaz, depreciativo da arte e até "marginal". Cabe a todos nós, intervenientes directos ou indirectos, incluindo organizações que supostamente trabalham em prol do desenvolvimento e difusão da "arte" e ou "desporto", o papel de combater o estreitar destes caminhos (marcial/marginal;desportivo/competitivo). Só existem duas possibilidades; o da confusão ou o da realização. Pela Arte e pelo Desporto digam Não à confusão!

KMD, programa técnico?

O KMD, como sistema de defesa pessoal e ou combate, propõe um esquema técnico-táctico evolutivo com estratégias o mais próximas da realidade quanto possível. O praticante é confrontado com a real necessidade de desenvolver arsenal técnico nas três categorias básicas, o "clinch" (corpo a corpo), o "ground" (chão) e o "stand up" (em pé). A partir destas categorias básicas, desenvolvem-se os estilos híbridos, como por exemplo: - O "ground and pound" (estilo que é caracterizado pelo derrube, e tentativa de através de técnicas de contacto, manter o oponente no chão até o desgastar. Este estilo tanto pode proporcionar um KO como serve de preliminar para uma submissão) , o "Sprawl and brawl" (estilo característico dos praticantes que optam pelo "stand up", que como tal, têm de desenvolver para além do sprawl, arsenal técnico suficientemente eficaz em todas as categorias acima referidas, de modo a garantirem a permanência em pé durante um combate) e o "submission grappling" (estratégia optada pelos lutadores que se enquadram melhor no derrube e submissão). Existem mais estilos, e constante evolução a nível técnico, táctico e estratégico, contudo, penso que foram abordados os mais comuns e usados actualmente.
Por conseguinte, o KMD não exige programa técnico aos praticantes, simplesmente propõe um esquema que permite aos praticantes terem noções das diferentes bases, de modo a que cada um desenvolva um padrão ao qual melhor se adapta, pois esse é sem dúvida o melhor estilo, aquele com que nos sentimos mais à vontade. O importante, do ponto de vista técnico-táctico é pôr à disposição de todos os praticantes, as ferramentas necessárias para que a partir daí desenvolvam o seu próprio estilo, e mais importante ainda, relembrar e ensinar constantemente que antes de qualquer técnica, a base em qualquer dos estilos consiste em manter um posicionamento de segurança e posicionamento de vantagem. Para o KMD, de nada serve passar um programa técnico se o praticante não sabe criar as condições para o executar. Devido a este conceito, o KMD acredita que o arsenal técnico existente tende para o infinito, e o arsenal técnico disponível varia de pessoa para pessoa, de acordo com o tempo de treino e as suas características pessoais.
O KMD é um "SISTEMA" pelo modo como propõe a abertura às várias possibilidades de treino nas mais variadíssimas categorias e estilos, "MARCIAL" na sua componente essencial, caminho de sabedoria, ética e concentração, e "EVOLUTIVO" por acreditar que é sempre possível manter uma mente aberta e receptiva de modo a evoluir e adaptar a prática em termos de espaço e tempo.
Pois então o programa técnico será o próprio conceito, compreender que os estilos, assim como as pessoas, não se complementam, a palavra mais acertada a usar será; somam-se. Pois quando dois estilos, artes, escolas e ou pessoas (amigos, companheiros de treino, e etc) se complementam, cria-se uma relação de dependência que mais tarde poderá se tornar em independência. Mas quando se soma, surge a verdadeira união, a verdadeira amizade, a base evolutiva fundamentada no respeito e liberdade.

Agir ou não agir?

Aos que reflectem sobre as acções do dia a dia, de certeza que já se depararam com o facto de que, por vezes agimos quando não era necessário o fazer e outras vezes não agimos quando o deveríamos fazer. Como tudo tem uma causa, o ideal é tentar entender essa mesma causa, pois só assim nos conseguiremos afastar de determinados comportamentos inapropriados a um praticante da doutrina marcial. Deste modo aprendemos com os erros e evitamos males maiores. Acreditem que não basta saber onde erramos, é necessário saber o porquê, pois em determinadas condições só damos pelo erro após, e sabendo o porquê podemos manter a guarda contra o que nos leva a agir ou não agir contrariamente ao equilíbrio. Pois bem, a causa ou origem deste comportamento resume-se a um único factor; MEDO. Pois um verdadeiro guerreiro nunca age ou deixa de agir, por medo. No meu ponto de vista o medo só condiciona o nosso comportamento quando se une à inveja, orgulho e ou raiva. Quando nos descentralizamos, e perante o comportamento dos outros, deixamos que o medo despolete em nós emoções negativas (inveja, orgulho, ódio... ), e consequentemente agimos quando e como não deveríamos de agir ou não agimos quando e como deveríamos agir.

Essência vs aparência

Após uma correcta prática meditativa, podemos constatar que da quantidade de dualismos representados pelo triângulo (símbolo) do KMD (passado vs futuro; corpo vs mente; e etc...), existe um dualismo primordial; a essência vs a aparência. A essência é representada pela esfera ao centro e a aparência por tudo o resto (incluindo o interior e exterior ao triângulo). Todos os fenómenos, coisas e seres (incluindo nós mesmos), possuem uma essência e uma aparência. Experimentando meditativamente o aqui e agora e conseguindo "ver" esta dita essência, tudo o resto passa a ser contemplado sem diferenciação em vez de temido. Com o esforço e a atenção correcta, o próprio "aqui e agora" é visto também como aparente, pois a cada fracção de tempo que passa, todo o "aqui e agora" é substituído por um novo "aqui e agora", num impermanente percurso pelo espaço e tempo, a cessar e surgir constantemente. A prática que nos leva a esta visão não se resume a ficar sentado e isolado de tudo e todos, muito pelo contrario, é necessário praticar permanentemente. Sentado, de pé, deitado, parado, em movimento, a trabalhar, e principalmente em comunidade (conjugue, família, sociedade, conhecidos, desconhecidos, companheiros de treino e de prática, amigos e inimigos...), devemos manter sempre esta união harmoniosa com a essência, de modo a não cair na ilusão da aparência.

Desperdiçar tempo

" O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem.. " Por vezes parecemos prisioneiros do próprio tempo, senão vejamos, a maior e mais usada desculpa para aqueles que não praticam, segundo dizem, prende-se com a falta de tempo. Não gerimos o tempo e deixamos que o tempo se apodere dos nossos afazeres do dia a dia, numa atitude egoísta e bem mascarada pela tão superficial auto-necessidade. Se conseguirmos parar nem que seja por uns breves segundos, a caminho entre tarefas tão inadiáveis, e observarmos o mundo em nosso redor com alguma atenção, talvez reparemos que o verdadeiro problema não está no facto de o tempo ser pouco mas sim no desperdício constante de tempo. Para além de precioso, o tempo é também um fenómeno "momentâneo e inesperado", mas nós não nos apercebemos disso até ao momento em que na realidade não temos mesmo mais tempo... devido ao momentâneo que tem sempre um fim ou ao inesperado que acontece... Numa observação ainda mais profunda, existe quem, numa atitude menos digna, use o precioso tempo a procurar erros e falhas nos outros. Quem age deste modo, ainda não entendeu o verdadeiro caminho das artes marciais, os erros a procurar e corrigir são os que se encontram no nosso interior. Existe certamente um estado intermédio entre a indiferença e a difamação, e é na prática constante que reside esse estado. Boa prática!

Relação Mestre - Discípulo

Ao analisar os perfis básicos do KMD depara-mo-nos com a tentativa de separar e distinguir cada um deles de modo a facilitar a ligação àquele com que mais nos identificamos. Contudo após algum tempo de prática surge o inevitável, a verdade é que, como tudo, todos os perfis (ou sub-sistemas) estão interligados como um todo. O que realmente distingue o KMD como sistema , é a harmonia e união entre o pólo móvel - físico (sistema de treino de combate adaptado ao tempo e espaço presente) e o pólo fixo - espiritual (doutrina da guerra interior). Ter papel distinto entre atleta/discípulo é tão complicado como o de treinador/mestre. Mas se repararem bem no que foi acima descrito, não há muito como enganar e confundir, pois como o próprio nome indica, pólo móvel é o que se adapta e muda de acordo com o espaço e tempo (ex: se estamos num combate desportivo, se estamos numa situação de conflito físico eminente na rua, após novas descobertas nos esquemas técnico-tácticos e etc), sempre de acordo com o onde e quando. Em contrapartida o pólo fixo é praticado constantemente sem ter em consideração o onde e quando.... "tudo o que contactamos é uma oportunidade para praticar o caminho"...
E que pólo fixo (caminho) é esse?...- é precisamente o caminho praticado pelos discípulos, é o caminho da sabedoria, da ética e da concentração...
E como se pratica esse caminho?... - não há discípulos sem mestres, nem mestres sem discípulos...

Obrigado e boa prática!!!

KMD, o caminho do monge-guerreiro.

O caminho do K.M.D., a nada obriga... A verdade é que todo o "inimigo" é uma criação da nossa própria mente, aqui e agora praticamos para domar sem lutar, o medo que nos impele à retaliação e em contra-medida e contra-partida contemplamos tudo o que a presente fracção de tempo e espaço nos proporciona. Assim sendo, a verdadeira vitória consiste em conquistar a verdadeira união entre o nosso monge e o nosso guerreiro interior. Após várias provas, desenvolvemos a ausência de covardia, ou seja, a capacidade de não ter de elaborar qualquer plano, estratégia, ser simplesmente decente, livre e simples. K.M.D. é um sistema marcial evolutivo, pois não é fruto de uma criação mas sim de uma adaptação e capacidade de evoluir e aceitar a impermanência de todos os aspectos implicados na prática de uma arte marcial e da própria vida. Não há como ser o melhor mas sim como ser melhor a cada momento que passa, e ser melhor é conseguir manter por mais tempo o equilíbrio entre o monge e o guerreiro que habitam dentro de nós.

Centralizar e ética

Centralizar não exige o esforço de concentrar tudo no centro, mas sim a capacidade de libertar tudo o que rodeia o centro. Ao analisarmos o triângulo (símbolo do KMD) deparamo-nos com uma realidade difícil de percepcionar, todos nós possuímos o nosso próprio centro, mas quase sempre somos incapazes de nos centralizar. Podemos manter a concentração num qualquer vértice que mais e melhor nos satisfaz em determinados momentos, mas quanto mais nos concentramos nesse vértice, mais ficamos dependentes das diversas capacidades desenvolvidas no mesmo (sejam elas físicas, emocionais ou mentais). Consequentemente, quanto maior for este esforço por manter esta ligação a determinado vértice, maior é a incapacidade de nos centralizarmos e mais estreita é a visão. Com o decorrer do tempo e o constante canalizar de energia, deixamos de ter contacto com tudo o resto, incluindo o todo, pois tudo está interligado (o mundo exterior com o mundo interior, as emoções com os pensamentos, o corpo com o espírito e etc etc). Este processo levado ao extremo pode criar situações em que a confusão impera de tal maneira que nos esquecemos da ÉTICA correcta e associada ao centro, e deste modo em nome daquilo que nos parece ser nobre agimos em detrimento de tudo,em processos de destruição e auto-destruição com consequencias karmicas muito negativas (por exemplo: quantos crimes já não foram cometidos em nome do amor, amor a alguém e até mesmo a Deus...) A ética acima referida não depende da educação, religião, tendências da sociedade, mas está inextricavelmente unida ao centro único de cada individuo. Existem ferramentas muito capazes e de acesso a todos, que facilitam a capacidade de nos centralizarmos... essas ferramentas são principalmente práticas... e denominam-se de Meditação. Através da prática constante da meditação conseguimos "ver" o que de outro modo não se vê.... a existência do centro. Como já foi anteriormente referido, não basta saber da existência do nosso centro, é preciso ter a capacidade de nos centralizarmos. Por isso mesmo é que a prática tem de ser constante até ser una com todas as células e energia do triângulo. Enquanto não libertamos tudo o resto que não o centro nunca nos conseguiremos centralizar, centralizar não é negar a existência de tudo o resto, muito pelo contrário, é aceitar verdadeiramente mas sem criar elos de dependência e ou independência seja ao que for. Observando bem o triângulo, para nos centralizarmos (esfera), temos de (através da prática meditativa) libertar os três vértices (corpo físico, as emoções, os pensamentos), libertar o vermelho (passado), libertar o preto (incógnitas do futuro) e libertar tudo o que está fora do triângulo (ou seja: todos os outro triângulos e a respectiva pressão e manipulação exercida sobre o nosso triângulo).

Momentos únicos

Existirão os tão desejados momentos únicos?... vendo bem, talvez todos os momento sejam únicos, pois nunca se repetem em tempo e espaço, e por muito que se tente o bis de determinado feito, o máximo que se consegue é sem dúvida uma réplica quase perfeita. E é no quase que está não só a mais ultra e subtil diferença entre dois momentos, como também o pormenor que faz de cada momento um momento único. Sim, é sem duvida nas várias tentativas que nos afastamos e ou aproximamos mais do nosso intento, então à que saber canalizar com precisão a nossa energia de modo a melhorar (se e quando necessário) e não a copiar o que já foi feito. Porquê perder tanta energia vital e tempo em busca de réplicas quase perfeitas, cujo fim inevitável é a frustração de buscar o que não existe, se podemos contemplar o verdadeiro momento único, aquele que vivenciamos no momento presente e cuja diferença, pior ou melhor, faz dele aquilo que inicialmente queríamos... um momento único.... É na diferença que está a oportunidade de evoluir e percepcionar esta realidade. Por vezes ficamos tão obcecados por conseguir repetir determinado momento que não vemos as oportunidades "únicas" que residem na diferença...

Bem-estar e treino duro

O KMD é um sistema híbrido por natureza independentemente do perfil (marcial, sobrevivência, defesa pessoal, desportivo). Durante a prática constante do esquema técnico-táctico, desenvolve-se essa mesma capacidade híbrida, e mais importante, a capacidade de anular qualquer intenção de um oponente. Desenvolver o máximo de arsenal técnico poderá não ser o mais útil, mas sim a capacidade de mutação e encadeamento fluido entre as bases técnicas de todas as possibilidades de um confronto. Por muito bom técnicamente que se seja numa determinada abordagem de combate (ex: socos, pontapés, derrubes, submissões e etc), de nada servirá, se nos expormos aos nossos pontos fracos e à incapacidade de lidar e anular as outras variadíssimas possibilidades de um combate híbrido. Portanto, a técnica, a táctica e a estratégia têm de andar sempre juntas. No meu ponto de vista, não chega aprofundar o conhecimento técnico exaustivo de vários tipos de luta (jiu jitsu, boxe e etc) que exigem obviamente o desenvolvimento de capacidades muito especificas, mas sim, o equilíbrio entre as bases técnico-tácticas de cada tipo, de modo a criar e desenvolver a maior e mais eficaz adaptabilidade ao conceito híbrido de combate. Devemos sim, treinar sempre de modo a não nos expormos a riscos e a aumentar a eficácia na anulação das diversas intenções de qualquer perfil de qualquer oponente. Isto tudo traduz-se por uma sensação de bem-estar consequente de um duro treino, esta sensação de bem estar não deverá ser uma superficial sensação de prazer de um momento mas sim uma profunda sensação de serenidade constante. Imaginem um local demasiadamente frio e completamente inóspito, de tal modo que constitui uma ameaça à nossa sobrevivência (bem-estar), e uma fogueira que nos proporciona o calor necessário... existe sempre um ponto limite... por muito bom que seja o fogo naquele momento existe sempre um ponto limite entre o nosso bem-estar e o momento em que nos queimamos, ou mesmo até, aquele ponto de bem-estar momentâneo mas que é impossível de permanecer lá e temos de nos afastar um pouco de modo a manter o equilíbrio entre o frio do ambiente e o calor do fogo...

Qual o modo a usar num confronto?

Independentemente do sub-sistema e da prática em questão, nunca esquecer do respeito absoluto por tudo, todos e incluindo nós mesmos. Deste modo, no momento do confronto, há que saber adequar o sistema ao cenário real em questão:

- em caso de confronto de luta desportiva, não há duvida do sistema a aplicar, será o MMA de acordo com as regras vigentes. Trata-se de um jogo, em que o desportivismo deverá imperar, e em que os jogadores põe à prova as suas diversas capacidades atléticas; o cardio, o arsenal técnico, a táctica e etc, e deste modo atingir o objectivo ultimo... vencer o confronto.

- em caso confronto de rua, não há muito tempo e espaço para complicar e até mesmo planear, a simplicidade faz a eficácia, e a capacidade de resposta tem de ser pronta, eficaz e à altura da situação. O esquema técnico-táctico migra de MMA para Defesa Pessoal, o que significa que há um acréscimo no "tipo" de técnicas, que maioritariamente são proibidas em cenário desportivo. Devemos de ter em conta que a  maioria dos possíveis agressores de rua não terão as capacidades técnico-tácticas de um praticante de MMA e até mesmo o facto de que em situações fortuitas não existe nítida posse de faculdades (situações de stress, álcool e etc), o que por vezes, e sendo impossível de evitar o uso da violência, entrar em situações extremas é perfeitamente possível. Contudo, numa situação de perigo eminente, e em que há uma nítida vantagem técnica do agressor ou obstáculos a nível do meio como por exemplo o espaço de manobra, o numero de agressores, armas e etc, devemos então comutar o modo para defesa pessoal. A partir do momento que comutamos para o modo de defesa pessoal, o esquema técnico-táctico não deverá de deixar de ser híbrido, muito pelo contrário, mas o território "chão" passa a ser o ultimo reduto, pois o arsenal a ser utilizado será sem duvida adaptado à seguinte regra; conter antes que ferir, ferir antes que mutilar e mutilar antes que matar... pois no modo de defesa pessoal o objectivo não é somente vencer o confronto mas sim acabar e/ou controlar  a situação o mais rápido e seguro quanto possível.


- o caso mais extremo de confronto, em cenário de guerra e ou em que há perigo eminente de perda de vidas, será o sistema de sobrevivência a ser usado, em que todas as técnicas são realmente letais e a regra a aplicar é; matar antes que ser morto.


O sistema marcial é o que estará sempre presente em qualquer um dos casos, o que permitirá um permanente e verdadeiro espírito guerreiro, e o respeito já acima referido.

Os degraus do caminho

A dor, como inevitável, deverá ser vista como mais um degrau a adicionar a esta escadaria que é o caminho. Convém não esquecer que qualquer escada serve não só para subir mas também para descer, e como tal, devemos manter o esforço da atenção plena, e deste modo usar estes úteis degraus originados pela dor, para não descer ao nível inferior do sofrimento mas sim ao patamar superior da consciência.

Competição: derrota de quem ganha

Quem vence procura na vitoria o sabor da recompensa por todo o árduo trabalho e treino, abdicando até por vezes da vontade própria. Acredito que ganhar nem sempre é o oposto de perder e vice-versa. Aquele que esteve mais forte e inteligente é o vencedor naquele determinado momento, mas por vezes o sabor da vitoria tem um amargo sabor na consciência que só o vitorioso o sabe e pode sentir. O troféu é sem duvida algo que carrega toda esta energia, olhar o troféu favorece esta tomada de consciência, seja pela victoria merecida ou seja pela derrota escondida. A realidade é que por vezes, todos vencem e todos perdem, independentemente de quem leva o troféu...

Técnica de prática meditativa - relaxar no núcleo de luz

O primeiro passo consiste numa postura correcta (chakras alinhados), seguidamente, e de olhos fechados sem esforço, fazemos um trabalho respiratório profundo e tranquilo. Agora por cada inspiração sorrimos e por cada expiração relaxamos todo o corpo, a determinado momento e quando realmente a inspiração é o sorriso e a expiração é o relaxar, a mente começa a serenar e podemos então passar à seguinte visualização: em união com a inspiração (sorriso) visualizamos que absorvemos todo o lado negro de tudo e todos do meio que nos envolve (exterior a nós), de modo a que tudo à nossa volta seja uma luz intensa e nós o único ponto negro. Neste momento e sem esforço, começamos a expirar (relaxar) e toda a escuridão se dissipa para o infinito de modo a que sejamos o núcleo ou centro de toda a luz. Não esquecer de, antes de tentar esta ou qualquer outra das práticas meditativas, preparar o local e prevenir possíveis interrupções (pessoas, telefones e etc).
Boa prática...

Adequar o triângulo ao conceito de felicidade

Já consegui ter muitas alegrias na vida, mas será que isso faz de mim uma pessoa feliz? Conseguir momentos de alegria é uma permanente dependência e luta por um dos vértices do triângulo. Conseguir vencer um torneio (ex:físico), conseguir ser alvo de desejo (ex:emocional), conseguir mais um diploma (ex: mental)... conseguir, conseguir e.... conseguir... mais um momento de alegria. E entretanto, e já para não falar também nos meios por vezes usados para conseguir alguns desses momentos de alegria, poderíamos reflectir sobre o facto de que onde há luta não há paz e sem paz será que vivemos em verdadeira felicidade??? Saber relaxar no centro, contemplar a sua eterna existência, e manter a união com esta consciência permite-nos "estar" verdadeiramente serenos e a um pequeno passo da felicidade.

Reflexão sobre a prática

Convém sempre reflectir sobre aquilo que referimos como prática. A prática consiste num meio para transformar a nossa própria mente e não o mundo exterior. Não há inimigo que se erga e consiga afectar uma pessoa verdadeiramente treinada, pois sabemos que por vezes perante actos menos virtuosos "a dor é inevitável mas o sofrimento, esse é opcional". A este tipo de pessoa há quem chame de mártir, outros de herói, mas independentemente de como é visto pelos outros, é sem duvida um verdadeiro guerreiro.

A base do esquema técnico

Sendo o KMD um sistema misto, tanto recorre ao "ko" como à submissão, contudo é de evitar determinadas tendências que a meu ver são um erro. É fundamental que durante o decorrer do conflito ou confronto físico não nos deixemos cair na tentação de nos tornarmos caçadores, seja do ko ou da submissão. Este comportamento faz-nos esquecer de um dos aspectos mais importantes no esquema técnico-táctico, que é, uma base sólida. A base consiste na capacidade de nos mantermos permanentemente numa posição de segurança (guarda eficaz em qualquer etapa, distancia e área, de modo a evitar que de repente a presa se torne o caçador) e numa posição de vantagem (para aí sim tentar de acordo com a situação presente efectuar a acção técnica com mais probabilidade de sucesso, seja o ko ou a submissão). Adoptar uma postura de caçador é partir do principio que o oponente é a presa, o que não é de modo algum evidente, pois seja um agressor de rua ou um competidor adversário o oponente é sempre tudo menos a presa, quanto mais não seja pelo objectivo que o move. Nós somos sempre o alvo do oponente, temos de ser capazes de adequar as nossas acções às inúmeras e infinitas possibilidades que advêm do confronto. Imaginem então um cenário de caça, as atitudes do caçador serão completamente distintas se o alvo for um coelho, um leão ou outro caçador com as mesmas armas e perícia. Deste modo, e partindo do principio que já entenderam o ponto de vista, durante qualquer confronto e ou conflito físico, primeiro a segurança, de seguida a vantagem e só depois a concretização da técnica.

KMD e seus sub-sistemas

KMD - survival system (sobrevivência):
adequação do esquema técnico-táctico a situações extremas de conflito em que a nossa vida está permanentemente em risco, ideal para militares das forças especiais.

KMD - self defense system (defesa pessoal):
adequação do sistema a cenários de conflito real onde não existe regras, restrições técnicas nem limites de tempo e espaço. Todas as nossas acções visam contrariar e cessar de um modo rápido, seguro e eficaz a acção agressora do(s) oponente(s).

KMD - martial system (arte marcial):
sistema raiz, aqui as práticas têm sempre presente a componente espiritual. O ênfase é atribuído à doutrina da guerra interior, as influencias tântricas e zen são primordiais.

KMD - mix martial system (mma):
adequação do esquema técnico-táctico ao cenário de desporto de combate moderno que é o mma.

Independentemente do sub-sistema e da prática em questão, nunca esquecer do respeito absoluto por tudo, todos e incluindo nós mesmos.

Golpes que ferem

Por vezes, após um daqueles treinos com excesso de carga física, sentimo-nos inevitavelmente cansados. No dia seguinte parece que a fadiga se apodera ainda mais do nosso corpo, trazendo até incomodas dores que nos condicionam determinadas tarefas que numa situação normal seriam de fácil execução. O ideal é aproveitar o merecido descanso, e durante o intervalo entre treinos, fazer uma pausa para recuperar e desse modo evoluir nas nossas capacidades atléticas. Podemos e devemos até recordar, que no meio daquele ritmo que foi o repetir de alongamentos, exercícios de força, de resistência, projecções, torções, submissões, golpes com mais ou menos impacto e um etc repetido até ao suor, exaustão e por vezes até dor. O objectivo ultimo não é propriamente ser o mais forte mas sim ser mais capaz de aceitar e superar os nossos próprios desafios, medos e obstáculos,... recordar a partilha sincera, de vontades, de saber, de esforço e de amizade demonstrada pelos demais participantes no treino. Que o próximo treino, independentemente da fadiga e possíveis feridas acumuladas, seja um perpetuar deste estado de espírito, desta união, desta sincera amizade, pois "um amigo falso e maldoso é mais temível que um animal selvagem; o animal pode ferir só o nosso corpo, mas um falso amigo irá ferir-nos a alma! "