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Copyright ® KMD Sistema marcial evolutivo

Cuidar de nós

O modo como lidamos com os outros está directamente relacionado com o modo como lidamos com o nosso "Eu". Acreditar que, apontar, criticar e castigar os erros dos outros é o meio mais simples para não ter de aceitar os nossos próprios erros, que tanto camuflamos, é sem dúvida um desvio ao caminho. Ajudar a ultrapassar esses erros e principalmente a causa dos mesmos, isso sim, mas primeiro temos de nos certificar de que estamos capazes, ou seja, que devido à incapacidade de nos ajudarmos primeiramente, não vamos piorar a situação com meras opiniões, criticas e até palavras de encorajamento que nada são para além de palavras. Sendo assim, tem de existir amor próprio, não confundir com egoísmo ou apego, sem amor próprio não somos capazes de amar nada nem ninguém. Este amor próprio está dependente da maneira como cuidamos do nosso corpo, das nossas emoções e dos nossos pensamentos, ou seja, da capacidade de aceitarmos as nossas limitações e obstáculos em qualquer um dos três níveis e de manter o equilíbrio, a não agressão e união dos mesmos, pois não podem ser separados porque o nosso eu é o todo e o todo é um. Assim sendo, porque não fazer uma pausa, não uma pausa forçada, num pico de raiva, sofrimento, medo ou de preocupação, mas sim uma pausa que acontece após, num momento de reequilíbrio ou pelo menos mais sereno. Nesse momento, podemos aproveitar para sentar frente a frente com "a eterna criança que há em nós", que na maior parte das vezes é uma criança ferida, olhar nos olhos, escutar, compreender, perdoar, cuidar e abraçar. Deste modo teremos um momento de verdadeira consciencialização, e quem sabe, da próxima vez que olharmos para alguém, sejam os olhos da consciência a ver, da próxima vez que escutarmos alguém, sejam os ouvidos da consciência a ouvir, e da próxima vez que abracemos alguém, sejam os braços da consciência a curar. Em suma, estar consciente e de mão dada com a nossa "eterna criança" é o modo eficaz de sermos verdadeiros em relação ao modo como lidamos com os outros. E para quê adiar a reconciliação com a "eterna criança", talvez por haver quem diga que a esperança é a ultima a morrer, eu acredito que é necessário ter alguma prudência em relação ao conceito que atribuímos à palavra esperança. Acredito que a esperança pode ser inimiga da prática por nos fazer acreditar que a ajuda vem de fora, e esperar um milagre não me parece ser o mais viável, agir aqui e agora sem mais adiar e elevar a consciência é por si só um verdadeiro milagre ao alcance de todos.
Agredir os outros é agredir a nós mesmos, agredir a nós mesmos é um meio para posteriormente agredir os outros, e deste modo fechamos um ciclo interminável que acumula sofrimento. Cuidem-se para poderem cuidar dos outros. Comecem primeiro pela vossa "eterna criança", depois apliquem esse principio durante as classes em relação aos vossos companheiros de treino, e por ultimo, não se esqueçam de transportar essa prática para o vosso dia a dia e em relação às pessoas com que se cruzam momento a momento. "Pois o local mais importante da nossa vida é aqui, o momento mais importante da nossa vida é agora e a pessoa mais importante da nossa vida é a que estiver à nossa frente aqui e agora"... contudo, quando não está ninguém, não esquecer a "eterna criança", que está bem à nossa frente e à espera do abraço que cura.

Técnica meditativa de libertação

A seguinte técnica de prática meditativa é baseada nas 4 meditações ilimitadas de Buddha (amor, compaixão, equanimidade e alegria).

1) Sentar, alinhar os chakras, manter as mãos pousadas nas pernas e olhar na direcção do chão.
2) Fechar suavemente os olhos e tomar consciência da descontracção física, da respiração profunda, do desprendimento mental e da concentração no ponto central entre as sobrancelhas.
3) No momento sentido, executar o mudra da invocação (mãos unidas a nível do plexo) e dizer mentalmente; "aqui e agora estou livre do passado e do futuro, aqui e agora estou livre da mágoa e da preocupação."
4) Repetir o ponto 2
5) No momento sentido dizer mentalmente, "aqui e agora estou livre porque, aqui e agora estou em harmonia e união com o amor, porque aqui e agora estou em harmonia e união com a compaixão, porque aqui e agora estou em harmonia e união com a equanimidade, porque aqui e agora estou em harmonia e união com a alegria."
6) E neste momento repetimos "aqui e agora estou livre"... e visualizamos o nosso corpo a ficar à nossa frente e cada vez mais afastado do nosso alcance visual e... voamos... em direcção ao infinito, ao desconhecido com ou sem paisagem e em total sensação de liberdade.
7) Regressar ao nosso corpo.
8) Inspiramos enquanto abrimos os olhos e colocamos outra vez as mãos nas pernas e expiramos enquanto relaxamos e contemplamos a paz que esta prática nos proporciona.

Boa prática

O Mistério

"O único mistério é haver quem pense no mistério."... no K.M.D. não existe mistério algum a desvendar mas sim um caminho a praticar. A resposta reside no silêncio e no mérito das próprias acções, estando cada um por si mas sempre em harmonia com os outros e o meio. Aceitar os nossos obstáculos e limitações é o verdadeiro caminho para os superar, sejam eles físicos, emocionais ou mentais.

O factor comum nos diferentes estilos

Depois de vários anos de prática e muitos deles de uma forma solitária, sempre em busca de algo que parecia faltar continuamente, a determinado momento deparei com algumas dúvidas. Aquilo que faltava era precisamente o factor comum a todos os estilos, a questão agora era o porquê?... Se era o factor comum e até de união entre os estilos porque é que era tão difícil de o encontrar?... Podia dar por mim numa academia durante uma prática suave (ex: judo), dura (ex:taekwondo) e mista (hapkido) mas sentia sempre o tal vazio. Por vezes iludia-me quando superava mais um obstáculo e dominava mais um novo esquema técnico-táctico, e ou, ganhava algo (graduação, competição). A realidade é que o tal factor de união estava já à muito perdido dos próprios "Mestres", e cada vez mais afastado em espaço e tempo devido ao próprio afastamento entre estilos e até escolas dos mesmos estilos, e quem é que consegue partilhar algo que já perdeu?... Penso que independentemente do estilo a essência de um artista marcial guerreiro vive sempre presente no nosso interior, não existe portanto estilos melhores e piores. Para mim o conceito comparativo não se aplica entre diferentes estilos e escolas, porque são diferentes e ponto. Cabe a cada um de nós como praticante, escolher o estilo que melhor se adapta às nossas capacidades e gosto, e ter a capacidade de verificar se está em "boas mãos". Mesmo em defesa pessoal o conceito acima pode ser aplicado, por muito eficaz que seja uma técnica, se não se adapta ao momento e à pessoa a própria eficácia fica comprometida. Temos como bom exemplo o moderno M.M.A. e ou conceito de vale tudo, desde o inicio até agora notou-se uma grande diferença no esquema técnico-táctico, devido à evolução e adaptação do próprio conceito. Como a táctica vence a técnica, os graplers apresentaram franca vantagem no inicio, e no inicio era notória as diferentes vertentes técnico-tácticas, distinguia-se perfeitamente um estilo do outro. Contudo actualmente todos apresentam um esquema muito semelhante, por imposição de uma melhoria adaptativa ao conceito (M.M.A.), dominar diferentes áreas (chão, media e curta distancia) e vencer o "jogo" de acordo com as respectivas regras. Pois são as regras que marcam as tendências evolutivas e diferenças entre os diversos estilos, seja M.M.A., jiu-jitsu, karate, taekwondo e etc. Convém nunca esquecer que uma coisa é o estilo que se pratica e outra é uma situação real, num local neutro, com factor surpresa, sem qualquer regra... onde a sobrevivência impera... e que para além disto tudo existe algo que sempre foi nosso... a nossa essência marcial. Obrigado e boa prática a todos, seja qual for o estilo, pratiquem com mérito e dignidade.

Dominar o conflito

Se dentro e fora os opostos conflituam, primeiro dominar o conflito interno e depois aceitar e saber gerir o conflito externo. Perante uma agressão inesperada, saber distinguir uma reacção irreflectida de uma acção em harmonia com o momento e a nossa natureza guerreira, é algo que poucos conseguem. Este processo é o verdadeiro desafio de ser guerreiro e requer auto-disciplina e auto-concentração permanente. Pois cada um age de acordo com a sua natureza, e a natureza de um guerreiro é o domínio do conflito interno e o assumir da responsabilidade dos seus actos.

Amor como manifestação de "Ki"

Porque não fazer do amor algo mais do que uma palavra e até mesmo algo muito além de uma emoção. Será o amor uma das mais poderosas manifestações de "Ki" perdidas pela humanidade? e porquê?... Por mais que faça esta pergunta a mim mesmo obtenho sempre a mesma resposta... Medo! Movidos pelo medo queremos amor, e consequentemente, movidos pelo medo oposto fugimos do amor. Deste modo afastamos-nos cada vez mais uns dos outros, cimentando e multiplicando relações de dependência ou de independência, de apego ao outro ou de aversão ao outro,... no fundo, apego e ou aversão a nós mesmos. Acredito na capacidade de evoluir da paixão ao amor através de elevação da consciência e meditação. Acredito no Amor como uma prática e não como uma emoção, como um estado e nível de união de energia partilhada e não como uma ligação de energia manipulada. Estando devidamente receptivos à linguagem universal, podemos re-despertar este poder imenso desde sempre presente no nosso silêncio interior e através de uma união e partilha verdadeira, sentir o poder manifestado pela energia do Amor. No Amor meditativo não há nada a temer, não há vencedores nem vencidos, e por mais batalhas que se ultrapasse... no fim só nos restará... amar o Amor.

Graduações

"... Durante o decorrer da prática vários requisitos são considerados essenciais e de todos eles destaca-se a inter-relação entre Mestre e discípulo, a qual não pode ser meramente e simplesmente avaliada mas sim sentida (entendida) por ambos como que um yin-yang em equilíbrio.

Através de esforço e devoção verdadeiramente demonstrados o discípulo alcança mérito... contudo “confiança cega” não significa mérito nem para discípulo nem para mestre. A dúvida, essa sim, quando aceite, assumida e bem canalizada, pode ser o inicio de um caminho de verdade.

Através de uma graduação (cinto), pode-se rotular, referenciar e enaltecer determinadas características, que vendo bem, não passam de capacidades e aptidões técnico-tácticas, úteis sem dúvida e que até fazem parte deste caminho mas... que técnicas? Que tácticas?.... tendendo as técnicas para o infinito, porque não... fazer no mesmo momento um exame de judo, taekwondo e etc... ... ...  seria mais simples?... para quem?... isto por si só faz de alguém um artista marcial?...

Penso que actualmente uma das maiores perdas é sem duvida o vulgarizar de tudo, incluindo o sagrado, incluindo coisas que aparentemente são tão simples como uma “mera” palavra. Mestre é uma dessas palavras, pois não há nada nem ninguém que possa avaliar ou “rotular” seja quem for de mestre. Mestre é em boa verdade unicamente um estado impermanente e percepcionado pelo nosso mestre interior e para isso não precisamos que ninguém nos diga, nem há como outro o avaliar a não ser nós mesmos.... basta... aprender, praticar e sentir meditativamente. (façam o teste através de uma avaliação às vossas acções: dizer, fazer e pensar exactamente o mesmo... vêem como é difícil ser mestre). Senão vejamos:
K.M.D. \ KI MOURA DO \ ENERGIA CÓSMICA, EU, CAMINHO \ A EXISTÊNCIA INEVITÁVEL DOS ANTAGÓNICOS , HUMANO , A VIA ATRAVÉS DA PRÁTICA \ A ESSÊNCIA, O GRANDE OBSTÁCULO, VIVER \ ESTADO DE NÃO “EU”, A GRANDE DÁDIVA E OPORTUNIDADE DE CONSEGUIR ATINGIR ESSE ESTADO, AUTO CONTROLO E AUTO CONHECIMENTO \ ... ENTENDERAM?.............. " extraído do exame de NOVEMBRO de 2009

Nota - as graduações no K.M.D. são de acordo com a antiguidade na prática do sistema.

A qualidade da acção

Sabendo que o estado ultimo do caminho é ao nível da total ausência da noção de "EU" ou "MEU", convém salientar a importância da qualidade desse mesmo caminho durante a prática do sistema marcial evolutivo (K.M.D.). Falar da qualidade do caminho é falar da qualidade do que somos e falar da qualidade do que somos é falar da qualidade das nossas acções enquanto ainda somos. Pois é nas nossas acções que reside o mérito ou o desmérito, e como consequência, a proximidade ou o afastamento à nossa essência. Mais importante do que saber o caminho é sem dúvida alguma percorrer o caminho, pois só dessa forma desenvolvemos a real percepção do que define a verdadeira qualidade das nossas acções. Só através do nosso próprio esforço e concentração é que distinguimos por nós mesmos que a qualidade de uma acção reside na perfeita união entre o que dizemos, fazemos e pensamos.

Elementos fundamentais de um artista marcial.

O verdadeiro artista marcial nunca toma a iniciativa do confronto, nem mesmo age em retaliação, somente reage com contramedidas adequadas à situação presente, mesmo até no decorrer de situações extremas. Dos fundamentos inerentes ao caminho de um artista marcial devemos ter em consideração as quatro dimensões base sobre as quais se desenvolve esse mesmo caminho:
1) A dimensão técnica é desenvolvida com o intuito de promover arsenal em quantidade e qualidade suficiente a permitir a reacção ao artista marcial (bloqueios, ataques, esquivas, projecções e etc).
2) A dimensão táctica permite ao artista marcial desenvolver a capacidade de saber o como reagir, seja após a iniciativa do agressor, seja durante ou seja antecipando a certeza de uma iniciativa. Na táctica deve existir sempre um pólo fixo, que não se move, não muda e é totalmente estável. Em contrapartida a este pólo fixo deve existir o pólo móvel, o qual se adapta constantemente e está sempre em condições de mudar tudo a um determinado e dado momento.
3) A dimensão estratégica está num patamar mais elevado e desenvolve a capacidade mais responsável de saber o que fazer perante a situação. É na acertada decisão estratégica que reside a garantia de retorno ao equilíbrio após e ou durante o confronto. Para a decisão estratégica ser acertada convém ter em conta toda uma estrutura e ideias a serem entendidas (aprendidas, experimentadas e sentidas); um ideal transcendente, mestria, a virtude de ser discipulado, a imortalidade da alma, as qualidades da natureza, os obstáculos à sabedoria, a ilusão do mundo, a realidade superior, as provas iniciáticas e a iniciação... ou seja... todo um caminho a percorrer.
4) A dimensão mágica permite o elo do artista marcial ao espírito da guerra interior, é uma espécie de mundo místico que desperta a alma do guerreiro, é algo com o qual nos identificamos ou não nos identificamos. É nesta dimensão que intervêm como complementos à prática, os símbolos, o cerimonial e etc. É nesta dimensão que reside o verdadeiro poder do artista marcial guerreiro.

Prática física - posturas e outras

A prática física de posturas (yoga) é parte integrante do sistema de treino e incide sobre determinados aspectos (que podem ser adequados a qualquer prática física) dos quais se destacam:

- Descontracção
- Respiração
- Desprendimento interior
- Concentração

Convém nunca esquecer que é exigido um permanente estado de espírito sem o qual não se consegue tirar as vantagens obtidas pelos mestres desde tempos imemoraveis.

Se observarmos a postura de combate como exemplo, poderemos experimentar e adequar os referidos aspectos do seguinte modo:

- descontracção - de modo a eliminar a tensão física e mental e assim permitir a fluidez na reacção.
- respiração - através do controlo da mesma controlamos a fadiga e a energia (ki) necessária à precisão e eficácia das nossas reacções.
- desprendimento interior - este aspecto permite usufruir da sensação de auto controlo e superar as limitações do eu no momento de reagir.
- concentração - só deste modo mantemos uma guarda eficaz, permanente e de acordo com a realidade da situação presente.

Da prática regular do sistema de treino surge a melhoria de muitos outros aspectos; a resistência, a força, a flexibilidade, o equilíbrio, a coordenação, a velocidade entre outros. Estas melhorias estão ligadas a exercícios complementares necessários ao bom funcionamento do sistema como um todo, contudo não são o aspecto prioritário do treino. Sendo o K.M.D. um sistema marcial evolutivo de defesa pessoal, o aspecto físico sobre o qual há maior incidência é o desenvolvimento dos aspectos técnico-tácticos necessários à eficácia em defesa pessoal.

A responsabilidade do Guerreiro

O eterno conflito dos opostos está inextricavelmente unido ao Universo e a todas as partículas que o constituem. Cada uma dessas partículas é constantemente sujeita às forças geradas por esse conflito. Nós somos uma dessas partículas, contudo, por sermos extremamente biológicos e movidos por ignorância e ilusão, interferimos constantemente nesse conflito com o intuito de nos sobre valorizarmos em relação aos outros. Mas é possível através de uma correcta elevação da consciência, funcionarmos como que um universo inter-dependente capaz de desenvolver a percepção da existência desse eterno conflito no interior de nós mesmos. Desta percepção surge o verdadeiro espírito guerreiro, poder sem o qual, nenhum esquema técnico-táctico de valorização pessoal faz qualquer sentido. Este poder é também uma enorme responsabilidade porque desta batalha interior entre o guerreiro negro e o guerreiro branco (positivo e negativo \ bom e mau \ e etc e etc...) sairá vencedor aquele que nós mais apoiarmos e desenvolvermos.

K.M.D. Breve definição

K de Ki - energia cósmica (a consciência intuitiva)
M de Moura - o eu ( o agregado ilusório)
D de Do - o caminho (a via prática para alcançar)

K.M.D. é uma sistematização actual e personalizada. Apresenta um esquema técnico-táctico sem limites e visa a sua aplicação prática e eficaz em qualquer situação real de necessidade de auto-defesa e ou sobrevivência. Contudo o K.M.D. não abdica da prática constante do caminho da essência, onde o factor primordial é a tomada de consciência de que na realidade o nosso maior e mais perigoso inimigo, é o nosso próprio "Eu".

K.M.D. A prática essencial

A prática essencial é sem dúvida a mais importante de todas, e aquela de que não devemos nunca abdicar durante todo o caminho. Através do treino permanente desta prática o guerreiro aproxima-se mais e mais da sua verdadeira essência até se fundir perfeitamente com ela, ao ponto de manter uma atitude constante em todos os gestos do dia à dia, seja dentro ou fora da classe e ou aula:
1 - Sentar e relaxar.
2 - Alinhar a coluna e eliminar a tensão muscular.
3 - Fechar os olhos com as pálpebras e músculos faciais relaxados.
4 - Canalizar a respiração para o baixo ventre e com ciclos profundos e não forçados.
5 - Colocar as mãos relaxadas sobre as pernas ou joelhos com as palmas para cima e dizer mentalmente “aqui e agora estou receptivo a todo o poder da linguagem universal, poder do amor cósmico e poder da lei carmica”.
6 - Juntar as palmas das mãos ao nível do plexo solar e dizer mentalmente “aqui e agora uno as minhas mãos em sinal de harmonia, humildade e respeito para com todo esse poder e para com todos os mestres e Buddhas do passado, presente e futuro”.
7 - Executar o mudra do K.M.D. e dizer mentalmente “ aqui e agora tomo consciência de que o meu único e verdadeiro poder é controlar todas as minhas acções neste local e neste momento”.
8 - Colocar suavemente as mãos sobre as pernas e ou joelhos com as palmas para baixo e dizer mentalmente “aqui e agora não existe nem passado nem futuro”.
9 - Neste momento visualizar aleatoriamente e sem escolha a imagem de alguém (amigo ou inimigo) e dedicamos um ciclo respiratório a esse alguém. Ao inspirar visualizamos o negro a sair de alguém para dentro de nós através das narinas, esse alguém fica cheio de luz ... ao reter a respiração, o nosso poder é elevado... ao expirar esse negro sai pelas narinas e todo o nosso corpo também é luz... e assim sucessivamente. Podemos fazer pessoa a pessoa ou ao colectivo humano como que uma rede de energia karmicamente positiva multiplicada até ao infinito, e deste modo das múltiplas luzes fazemos uma única de poder imenso. Na inspiração dizemos mentalmente “absorvo toda a mágoa e preocupação” e ao expirar “ retribuo amor e respeito".
10 - Unir as mão em mudra da meditação abaixo do umbigo e contemplar o silencio e a essência interior no aqui e agora num profundo estado meditativo e por tempo indeterminado.
11 - Abrir os olhos, fazer no mínimo 3 respirações profundas e lentas com a caixa toráxica e movimentar e alongar ligeiramente o corpo.

Boa prática!!!

K.M.D. Princípios

Disciplina – sem a qual nenhuma prática é possível, não confundir disciplina com sentido de obrigação, medo ou complexo de culpa, disciplina não pode ser algo que nos é imposto por terceiros. A ideia mais exacta seria auto-disciplina, e deste modo, exigir o máximo de nós mesmos como praticantes da doutrina da guerra interior e esperar o mínimo dos que nos rodeiam seria sensato para evitar conflitos.

Energia interior – é no nosso interior que reside todo o poder para ultrapassar os momentos difíceis. Não se trata unicamente de força e inteligência mas sim de uma fonte inesgotável, se em harmonia com o universo, que alimenta todas as nossas capacidades.

Corpo e mente sã – aqui reside a base de sustentação de todo o processo da prática. A manutenção da saúde através de comportamentos saudáveis é fundamental para desenvolver o processo de evolução. Um comportamento de excessos e agressão à nossa própria saúde afasta-nos obviamente do centro e constitui um grande obstáculo à concentração. É fundamental ter consciência das nossas limitações tanto físicas como mentais, assim como do desgaste das nossas potencialidades através da idade e dos nossos comportamentos. Adequar o conceito de bem estar físico, psicológico e social é então fundamental a qualquer artista marcial.

Sistema de combate e defesa pessoal – a ter de fazer algo, que seja algo verdadeiramente eficaz e ao nível do momento. O importante é não esquecer que o sucesso neste principio está directamente relacionado com o sucesso dos 3 anteriores. Todas as técnicas são úteis e eficazes desde que usadas no momento e da forma correcta. Técnica, táctica e estratégia têm de andar sempre juntas e numa relação harmoniosa. Só através de uma prática constante do sistema é que desenvolvemos a capacidade de adaptar o esquema técnico-táctico às infinitas situações reais possíveis de acontecer num confronto.

K.M.D. Máximas

Amar e Respeitar a Natureza – Sendo a Natureza a mãe de todas as mães, nós filhos, temos de manter a qualidade da relação que tende a ser ameaçada pelos nossos comportamentos. Pois a regeneração e os ciclos naturais e necessários à vida dependem unicamente das nossas acções sobe o meio que simplesmente retribui com uma reposição de um equilíbrio continuamente ameaçado pela nossa agressão constante. Dentro das nossas capacidades, actos de consumo de meios e poluição entre outros, deverão de ser responsabilidade de todos, desde os mais simples aos mais complexos, dos de menor aos de maior impacto... a Natureza não só agradece como retribui!

Nunca fazer um mau uso do sistema – Há fins que não justificam os meios, e o uso de meios técnico-tácticos adquiridos pela prática são um meio possível de uso de força (controlar os outros), mas o caminho do guerreiro é o do auto-controlo. Saber como e quando usar adequadamente os conhecimentos técnico-tácticos faz parte da própria pratica e requer um nível de consciência elevado e treinado. Retaliar significa usar a força e constitui sempre uma derrota, contudo uma contra medida à altura da acção agressora negativa requer um espírito ímpar não só em habilidades e destreza física mas também num auto-controlo superior.... Agir sim mas nunca por medo, ódio ou vingança, sempre por amor e respeito, pelo agressor e também por nós mesmos.

Busca continua do equilíbrio – O requisito fundamental a esta busca é a concentração, pois sem a tomada de consciência da existência dos opostos não temos noção da existência do centro. Entender que o nosso eu é o nosso pior inimigo é algo de fascinante, mas entender em simultâneo que o nosso maior inimigo é também o nosso maior amigo é algo que requer concentração absoluta no equilíbrio. O equilíbrio reside sempre entre os opostos e a sua busca tem de ser continua devido ao estado de consciência ser impermanente por imposição do movimento continuo dos opostos... portanto a busca não significa ser equilibrado mas quando continua e concentrada permite "estar" em equilíbrio.

Uma visão Karmica

Saber a existência do Karma, por si só não chega, falta experimentar e sentir a um nível meditativo. Lutar contra o Karma pior ainda... lutar.... sempre a lutar contra... ... desse modo geramos sempre emoções negativas e emoções de retaliação contra algo que é inevitável e que foi produzido por nós mesmos, pelas nossas acções passadas... ... isso é andar tipo bola de ping pong.... entre os opostos. Primeiro temos de ter amor por nós mesmos, compreensão por nós mesmos, tolerância por nós mesmos e consequentemente aceitar e perdoar a nós mesmos sem necessariamente lutar contra seja lá o que for... pensar e sentir que "aqui e agora" é o único local e momento que realmente existe, e aceitando a dor como uma dádiva (sem lutar contra) aos poucos concentra-mo-nos no que realmente é a única verdade "aqui e agora" e desse modo vamo-nos afastando (sem lutar) do condicionamento das nossas acções passadas... e (sem lutar) num determinado momento... click!!! "nunca atirar uma bola contra a parede se não estivermos preparados para a receber de volta"... pois é simplesmente isso que o universo faz... retribui de volta todas as nossas acções, sejam elas em corpo, em palavra, em pensamento e em espírito. O problema reside nas nossas reacções a esse retribuir, na nossa luta contra o exterior, na nossa falta de visão, na nossa falta de paciência... e isso torna-se um ciclo sem fim. Imaginem uma pedra a rebolar pela montanha abaixo, quando ela chega à parte plana, não para de imediato... leva o seu tempo a parar... depende sempre das energias que trazia e acumulou durante toda a descida. Aceitar a verdade é encontrar a liberdade... e ser livre é contemplar a vida exactamente como ela é... causa e efeito... só deste modo é que aquilo que outrora era dor, aqui e agora, é felicidade. Feliz, o guerreiro continua a dança...

O poder da respiração

O controlo da respiração é o primeiro passo para o nosso auto-controlo. Desde a primeira inspiração até à ultima expiração é-nos permitido controlar a qualidade dos ciclos respiratórios intermédios sem os quais não nos manteríamos vivos. Deste modo há que tomar consciência da vital importância do controlo da nossa respiração, tomar consciência que a próxima expiração pode inevitavelmente ser a ultima permite-nos aceitar a próxima inspiração sempre como uma dádiva. De vez em vez parar um pouco para tomar consciência de que respiramos e de que, mais importante que tudo, temos o poder de controlar essa mesma respiração. Tornar a respiração mais tranquila, profunda e consciente, traz sem dúvida melhor qualidade de vida. Se mantiver-mos e transpusermos esta atitude para as nossas acções diárias veremos o poder que podemos e devemos de ter sobre nós mesmos, e deste modo minimizar o impacto karmico negativo em relação a todos e tudo o que nos rodeia.

Atitude

O verdadeiro Guerreiro aceita a impermanência das "coisas" com todas as suas células, pois tem sempre a certeza da morte presente nos seus pensamentos... esta é a realidade única. Assim sendo, quem tem sempre presente no seu intimo esta realidade, ao iniciar um discurso e ou ao responder a alguém, vai sempre considerar muito bem cada palavra proferida e nunca se envolve em discussões inúteis. Através desta atitude não se permite que outros nos convençam de forma enganosa, a ir a lugares inadequados e ou fazer algo contra a consciência superior. Deste modo o Guerreiro evita o conflito, as situações desagradáveis, a necessidade de mentir e males futuros.

Ser Guerreiro

Ser Guerreiro é praticar a doutrina da guerra interior... desenvolver a percepção de que o mundo é o grande feiticeiro que encanta os nossos sentidos com o objectivo de nos enganar e desviar da realidade. Sempre que a informação é captada pelos nossos sentidos, passa pelo filtro das emoções e dos pensamentos, deste modo e aos poucos vai sendo criada uma imagem ilusória que se vai sobrepondo à realidade e com a qual nos vamos erradamente identificando. O objectivo da prática é desenvolver o papel preponderante da táctica e da estratégia como antídoto a esta tendência. Nunca baixar a guarda e saber como lutar um a um os obstáculos que nos cercam constantemente. A quando do erro, focar a culpa requer uma visão mais além do óbvio, uma visão que alcance a origem e não o erro por si só e isolado. Pois é na paixão impulsiva que o guerreiro se desfragmenta em mil pedaços, abrindo espaço ao medo, que nutre a raiz do desejo. Surge então a dúvida como catalisadora para o apego ou aversão, e desse modo a verdade fica camuflada e vivemos o mais ilusório dos mundos. A tendência é então... agir... ou... não agir... de acordo com essa ilusão que acreditamos ser a realidade... e eis a origem do erro... os venenos da mente, os obstáculos à sabedoria do guerreiro. Assim que se toca a essência, nada se teme tudo se contempla... pois na essência a ausência de tempo passado e futuro não abre espaço à paixão, ao medo, ao desejo, à duvida, ao apego, à aversão... e à ilusão. Só uma correta percepção do mundo é que nos permite compreender a verdade única e absoluta e desmascara o engano que é a ilusão.

O KMD é inter-dependência

Porque tudo é um e um é tudo... o KMD tem influencias mas não é as influencias, pois é inter-dependência de tudo e todos mas não dependência nem independência de nada nem ninguém. Tomar consciência de que o grande obstáculo ao caminho é o desejo e que o oposto desse desejo é precisamente o mesmo obstáculo, o desejo de não desejar. Ao sentir que o desejo de conseguir (controlo físico, emocional ou mental sobre algo ou de alguém ) é o despoletar de uma batalha sempre condenada à derrota aquando da percepção da incapacidade e ou fim desse tal “controlo”... nesse momento o amargo sabor da derrota serve de catapulta para o outro extremo... o desejo de não desejar, que por si mesmo é o despoletar de nova batalha, é uma luta constante contra o objecto e ou pessoa que não conseguimos, ou do qual perdemos, o controlo. Dá-se o inicio de uma busca por novos e hábeis meios de nos tornarmos mais fortes na arte de controlar ou então de escapar e camuflar a sensação de perda... pois poderá ser perceptível ao meio envolvente (os outros). E entre batalhas, derrotas e vitórias impermanentes que nada mais são que derrotas.... a verdadeira vitória existe, onde o controlo cede ao auto-controlo, onde o inter-relacionamento é verdadeiro e real... onde se repousa as armas (físicas, emocionais e mentais), onde nos despimos do desejo, e simplesmente nos sentamos... aí sim descobrimos sem ter de lutar aquilo que se chama... viver... e tomamos consciência que a verdadeira vitória tem o nome de... PAZ... onde tudo é um e um é tudo... a isto dou o nome de inter-dependência.

Técnica para nascer de novo

Trata-se de uma técnica desenvolvida por mim através de experimentação prática, não confundir com objecto de meditação ou com a própria prática meditativa em si. A ideia é intensificar a sensação de que é sempre possível nascer de novo (começar de novo no caminho): Procurar um local tranquilo em que seja possível ficar submerso em água. Após reunidas determinadas condições básicas, conforto em relação ao meio aquático, à temperatura, e não havendo necessidade de nos debatermos com a corrente e ou ondulação, então aí simplesmente alinhar a coluna vertebral, relaxar o corpo, tranquilizar a mente e controlar a respiração com um ritmo lento, profundo e não forçado. Assim que sentirmos que é o momento, mantemos os olhos abertos com um olhar no infinito e inclinamos ligeiramente a cabeça para trás em simultâneo com uma profunda inspiração, seguidamente fechamos os olhos e expiramos totalmente todo o ar em simultâneo com uma ligeira inclinação da cabeça para a frente... assim que não tivermos mais ar, submergimos completamente debaixo de água, controlamos o pânico e contemplamos esta sensação de morte... agora só sentimos o meio aquático, o silêncio, e lá ao fundo quem sabe o bater do próprio coração e eis que a necessidade de vir à tona inspirar (nascer de novo) surge de um modo natural... e assim que naturalmente emergimos... inspiramos, abrimos os olhos e sentimos esse renascer com todas as células no nosso ser... a mente parece que por uns momentos contempla mais uma vez a vida... e se soubermos eternizar este momento, sentiremos que nunca é tarde e que vale sempre a pena começar de novo...

O segredo no caminho

O Segredo consiste numa prática constante e permanente. Esta prática é o essencial elo que une a teoria (fase de aprender) ao sentir (estado meditativo). Digo constante e permanente, porque de outro modo a prática não adere nos momentos de suportar dificuldades. Há que, através da prática, encarar a posse e multiplicação de bens, pessoas e consequentemente de emoções e pensamentos negativos, como algo desnecessário e verdadeira causa de sofrimento. Sem a continuidade da prática não alcançamos o repousar da mente aquando da meditação, e sem esse repouso não alcançamos a verdadeira libertação, pois não conseguimos reconhecer aquilo que nos prende.

A arte de descobrir

"Descobri que o meu corpo, as minhas emoções e os meus pensamentos são meros agregados do meu Ego. Descobri que o Ego alimenta-se dos sentidos na mais pérfida luta de agradar o "Eu". Descobri que o "Eu" acumula mágoa e preocupação pela força e inteligência de querer controlar e conhecer os outros e o que não tem. Descobri que não adianta procurar a verdade mas sim eliminar as mentiras. Descobri que a mentira aprisiona o que de mais puro e essencial temos. Descobri que a verdade liberta essa mesma essência e deixamos de ser um prisioneiro... de nós mesmos. Descobri que a verdadeira arte é amar. Descobri que amar é uma prática meditativa. Mas o que realmente descobri foi que tudo isto já eu sabia antes de me deixar aprisionar..."

Entendo que

" SÓ EXISTE UMA COISA A LAMENTAR... A PRÓPRIA LAMENTAÇÃO... E SÓ EXISTE UMA COISA A AMAR... O PRÓPRIO AMOR... " Na meditação e no amor nunca pode haver espaço para concessões... pois o prazer ilusório de um momento pode representar o vazio de uma vida... é urgente despertar!!!... e caminhar a dançar... de espírito leve e livre.