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Copyright ® KMD Sistema marcial evolutivo

Agir ou não agir?

Aos que reflectem sobre as acções do dia a dia, de certeza que já se depararam com o facto de que, por vezes agimos quando não era necessário o fazer e outras vezes não agimos quando o deveríamos fazer. Como tudo tem uma causa, o ideal é tentar entender essa mesma causa, pois só assim nos conseguiremos afastar de determinados comportamentos inapropriados a um praticante da doutrina marcial. Deste modo aprendemos com os erros e evitamos males maiores. Acreditem que não basta saber onde erramos, é necessário saber o porquê, pois em determinadas condições só damos pelo erro após, e sabendo o porquê podemos manter a guarda contra o que nos leva a agir ou não agir contrariamente ao equilíbrio. Pois bem, a causa ou origem deste comportamento resume-se a um único factor; MEDO. Pois um verdadeiro guerreiro nunca age ou deixa de agir, por medo. No meu ponto de vista o medo só condiciona o nosso comportamento quando se une à inveja, orgulho e ou raiva. Quando nos descentralizamos, e perante o comportamento dos outros, deixamos que o medo despolete em nós emoções negativas (inveja, orgulho, ódio... ), e consequentemente agimos quando e como não deveríamos de agir ou não agimos quando e como deveríamos agir.

Essência vs aparência

Após uma correcta prática meditativa, podemos constatar que da quantidade de dualismos representados pelo triângulo (símbolo) do KMD (passado vs futuro; corpo vs mente; e etc...), existe um dualismo primordial; a essência vs a aparência. A essência é representada pela esfera ao centro e a aparência por tudo o resto (incluindo o interior e exterior ao triângulo). Todos os fenómenos, coisas e seres (incluindo nós mesmos), possuem uma essência e uma aparência. Experimentando meditativamente o aqui e agora e conseguindo "ver" esta dita essência, tudo o resto passa a ser contemplado sem diferenciação em vez de temido. Com o esforço e a atenção correcta, o próprio "aqui e agora" é visto também como aparente, pois a cada fracção de tempo que passa, todo o "aqui e agora" é substituído por um novo "aqui e agora", num impermanente percurso pelo espaço e tempo, a cessar e surgir constantemente. A prática que nos leva a esta visão não se resume a ficar sentado e isolado de tudo e todos, muito pelo contrario, é necessário praticar permanentemente. Sentado, de pé, deitado, parado, em movimento, a trabalhar, e principalmente em comunidade (conjugue, família, sociedade, conhecidos, desconhecidos, companheiros de treino e de prática, amigos e inimigos...), devemos manter sempre esta união harmoniosa com a essência, de modo a não cair na ilusão da aparência.

Desperdiçar tempo

" O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem.. " Por vezes parecemos prisioneiros do próprio tempo, senão vejamos, a maior e mais usada desculpa para aqueles que não praticam, segundo dizem, prende-se com a falta de tempo. Não gerimos o tempo e deixamos que o tempo se apodere dos nossos afazeres do dia a dia, numa atitude egoísta e bem mascarada pela tão superficial auto-necessidade. Se conseguirmos parar nem que seja por uns breves segundos, a caminho entre tarefas tão inadiáveis, e observarmos o mundo em nosso redor com alguma atenção, talvez reparemos que o verdadeiro problema não está no facto de o tempo ser pouco mas sim no desperdício constante de tempo. Para além de precioso, o tempo é também um fenómeno "momentâneo e inesperado", mas nós não nos apercebemos disso até ao momento em que na realidade não temos mesmo mais tempo... devido ao momentâneo que tem sempre um fim ou ao inesperado que acontece... Numa observação ainda mais profunda, existe quem, numa atitude menos digna, use o precioso tempo a procurar erros e falhas nos outros. Quem age deste modo, ainda não entendeu o verdadeiro caminho das artes marciais, os erros a procurar e corrigir são os que se encontram no nosso interior. Existe certamente um estado intermédio entre a indiferença e a difamação, e é na prática constante que reside esse estado. Boa prática!