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UFC: Octógono, o que é e o que acontece?


Tempo de luta estipulado e ou previsto:

O tempo de duração previsto de uma luta é de três rounds de cinco minutos cada com intervalos de descanso de 60 segundos.  Existe a excepção de quando se disputa um título ou cinturão, neste caso passa para cinco o numero de rounds. 

Distintas possibilidades de se terminar uma luta:

Decisão: Três árbitros acompanham as lutas próximos do octógono e são responsáveis por dar notas a cada lutador em todos os rounds. O princípio é dar 10 ao lutador mais efetivo no round e 9, ou até menos, ao adversário.
Desistência: Ocorre quando um lutador desiste através de sinalização (verbal ou gestual) quando não se encontra em condições de prosseguir no combate, seja devido a uma contusão ou a uma finalização – golpe característico de lutas de solo ( Ex: chave de braço, estrangulamento...).
Nocaute: Nocaute é quando um dos lutadores recebe um golpe que o deixa sem condições de prosseguir no combate. Esta decisão cabe ao juiz, ou aos médicos, caracterizando um nocaute técnico.
Desqualificação: Acontece quando o árbitro do ringue interpreta que um dos lutadores aplicou um golpe ilegal intencionalmente ou efetuou algum movimento proibido, de acordo com as regras, repetidas vezes (ex: segurar nas grades).

O OCTÓGONO:
Os Octógono de 228.6 metros quadrados, 9.75 metros de diâmetro e 1.83 metros de altura, foram criados   com a intenção de melhorar a segurança dos lutadores. As paredes (rede) e superfícies almofadadas protegem os atletas para que estes não caiam fora da area de luta. Os ângulos evitam que os lutadores fiquem  presos a um canto sem saída. O combate pode e deve ser por vezes parado num ringue comum, no Octógono isso não acontece, assim como, no Octógono nenhuma disciplina das artes marciais tem vantagem. Enquanto a luta decorre, apenas os dois lutadores e um juiz são permitidos dentro da cage. Entre Rounds, os dois portões são abertos para permitir que os cornermen e os cutmen entrem no ringue.

1- LUTADORES
O Octógono tem um canto azul e um canto vermelho, e aos lutadores é atribuída a respectivas cor, estando estes identificados por fita azul ou vermelha nas luvas para o indicar. Depois de entrarem no ringue, os adversários esperam em seus respectivos cantos, até o árbitro iniciar a luta.
5 - JUÍZES
Três juízes devidamente credenciados e habilitados pontuam cada round de cada luta, no caso dos dois atletas chegarem ao fim do tempo estipulado. Nestes casos, a luta vai para a decisão e o vencedor é determinado pela pontuação dos juízes.
2 - ÁRBITRO
Um árbitro está fora da Octogono antes da luta para inspecionar o corpo dos lutadores, e assegura deste modo, que ninguém entre no ringue com alguma outra arma que não seja seu corpo ou algum tipo de  escuta. Uma vez que o lutador é inspecionado, ele entra no octógono. O árbitro que está dentro do ringue, garante que os lutadores cumpram as regras e, se necessário, pára a luta.
6 - COMENTADORES
No UFC, Joe Rogan e Mike Goldberg comentam sobre as lutas ao lado da ação. Uma vez que a luta acabe, Joe Rogan entra no ringue para entrevistar os lutadores.
3 - CUTMEN
Os Cutmen são atribuídos a cada canto, vermelho ou azul por sorteio. Antes que o lutador entre na cage, o cutman aplica vaselina para as sobrancelhas e rosto, que são as áreas sujeitas a cortes. O cutmen não entra na jaula entre os rounds a menos que um lutador esteja cortado ou tenha um edema facial.
7 - EXECUTIVOS
Executivos do UFC assistem ao evento próximos do octógono e têm o papel de decidir quem vai ganhar determinados prémios no final (ex: Melhor Luta, Melhor Nocaute e Melhor Finalização...).
4 - CORNERMEN
Cornermen ou Corners existem para motivar e fornecer instruções aos atletas, entre rounds. Normalmente são os treinadores ou fazem parte do grupo técnico do referido atleta. Apenas duas pessoas têm permissão para entrar na cage para cada canto, então se um cutman é exigido, apenas um dos Corners pode entrar entre os rounds. Os Cornermen além das dicas técnico-táticas, também têrm um papel importante na recuperação física dos atletas ( massagem muscular, aplicar gelo e fornecer água) se e quando necessário.
8 - AS MENINAS DO OCTÓGONO
Estão alí para mais do que apenas refrescar os olhos, elas informam qual o round que está para começar circulando em volta da cage.


Adaptado do Site  oficial do UFC

MMA: história e contributos do passado


Por volta do ano 648ac surgiam na Grécia eventos em tudo semelhantes ao actual MMA. A luta Grega de nome Pankration era uma combinação de duas palavras; pan (tudo ou vários) e kratos (força). No fundo uma espécie de mistura de pugilismo com luta livre, e rapidamente se tornou o evento mais popular nos jogos olímpicos da época. Com a ascensão do Império Romano veio o declínio do Pankration, e com o tempo foi desaparecendo, dando posteriormente lugar a vários estilos de luta ocidentais (ex: boxe, wrestling...) que se foram propagando, evoluindo e remisturando...

Em 1925 os combates com mistura de diferentes artes marciais propagandiadas e divulgadas pela família Gracie foram uma rampa de lançamento para o actual conceito de MMA. Carlos Gracie aprendera Judo com japonês Mitsuyo Maeda, e mais tarde ensinou-o aos seus irmãos. Eis que aos poucos e com a adaptação das regras e características dos golpes, foi criado o Jiu Jitsu Brasileiro.
Com o intuito de chamar a atenção para a academia aberta no Rio de Janeiro, foram criados os eventos denominados de  “Gracie Challenge”, onde vários lutadores eram desafiados, deste modo o Jiu Jitsu dos Gracie ia sendo promovido assim como a sua eficácia comprovada.
Estas lutas estavam a ganhar muita popularidade e com o tempo surgia o conceito de “vale tudo”, o crescimento foi tal que passaram a ser realizadas em estádios de futebol. A ideia era também a de demonstrar que o porte físico não era o mais importante no alcance da vitória. Os Gracies foram tão felizes na sua jornada que acabaram por crescer para os Estados Unidos, onde montaram uma academia e passaram a ensinar o Jiu Jitsu...


E eis que em 1993, surgem os primeiros UFCs, com poucas regras e tampouco segurança... (ver texto anterior)

MMA actual e a evolução como Desporto



O moderno e actual conceito de M.M.A surgiu nos E.U.A. por volta de 1993 e por intermédio do UFC. Contudo e desde sempre está envolto em diversos tipos de controversa, por variadíssimas razões e por adversários de peso, com argumentação forte e poder politico-social capaz de fazer frente e travar o crescimento deste arrojado conceito de desporto de combate. Contudo este frente a frente originou a necessidade de reinventar o conceito, e de uma vez por todas tentar eliminar o mau estigma do passado de modo a surgir como um desporto em crescimento e movendo um crescente numero de fãs e praticantes.
Um passo sem duvida muito importante foi o retorno do UFC à transmissão televisiva (apesar de pay-per-view ), e principalmente a unificação e regulamentação das “regras do jogo”. Sendo então estipuladas as 5 categorias de peso, numero e tempo de assaltos, 31 faltas e os 8 meios de por término às lutas (muito diferente da origem – sem classe de peso, sem assaltos e limite de tempo, 3 faltas e 2 meios de por término às lutas)... e deste modo o evento ficou um pouco mais seguro e a um passo de se tornar um evento desportivo com mais visibilidade. Foram na altura, analisadas as regras de diversos desportos de combate (boxe olímpico, greco-romana, judo.... jiu jitsu, kick boxing...) e a grande diferença veio da possibilidade de bater num atleta derrubado... o que mais tarde deu origem ao ground and pound como táctica.
É de salientar que a ideia de um desporto “bárbaro” e o rótulo de “luta de galos humana” esteve desde sempre presente, assim como, muitos aspectos negativos foram explorados pelas vozes que se uniam e lutavam constantemente contra a proliferação deste tipo de eventos. Desde questões morais a questões de saúde e segurança dos lutadores, todas foram usadas e argumentadas.
Existiu obviamente um factor de determinismo cultural que influenciou a questão “anti-UFC” e anti-MMA, pois ao contrário de outros países como o Japão, Coreia, Brasil... que tinham uma cultura de aceitação do conceito de mistura de artes marciais já com longa história e aceitação popular, os E.U.A tinham como principal referencia o Boxe (com as suas regras, somente socar determinadas áreas do tronco e cabeça, as grandes luvas almofadadas... ) o MMA pelo contrário tem um vasto volume de técnicas, a área de contacto é quase a totalidade do corpo e as luvas protegem mais quem bate e menos quem sofre o soco. O boxe tem como objectivo ganhar aos pontos e ou obter o estado inconsciente do oponente através do k.o, enquanto que no MMA existem muitas outras maneiras de ganhar e muitas delas por submissão (sem impacto). Ironicamente, é de referir que apesar disto tudo o numero de mortes no Boxe a contar desde o ano 1900 é de mais de mil nomes e o numero de mortes no MMA em setenta anos é uma ( relatada na Rússia e causada por golpe na cabeça). Poderíamos aqui salientar e desenvolver mais as diversas lutas de interesses (económicos, políticos e etc) por parte de todos os intervenientes, os contra e os a favor, contudo e apesar de não ser menos importante saber os factos, é uma questão que sempre estará por detrás daqueles que querem o “poder”, e que tem tanto um lado positivo como negativo, mas que é tantas vezes alheio a quem simplesmente simpatiza e ou treina a modalidade.
História e factos à parte, penso que todos juntos podemos contribuir para a evolução do MMA como desporto e disciplina humana. O MMA é um desporto em que ninguém poderá ser desprezado, pois todos treinam e unem esforços para serem cada vez mais atléticos, completos e profissionais. Os atletas que sobem ao Tatami/Cage/Ringue, têm de se respeitar mutuamente e pôr em prática todo o treino e sacrifício pessoal, além de que os vencedores de hoje podem sempre ser os derrotados de amanhã.
É importante referir que graças às vozes contra é que o MMA evoluiu e cresce como desporto, contudo é também de se salientar o facto de que existe uma débil separação entre o MMA como desporto e o MMA como negócio... mas essa é também uma luta que com o tempo encontrará certamente o ponto de equilíbrio merecido e trará aos atletas o seu devido reconhecimento e posição de destaque... pelo mérito das acções, espírito desportivo, trabalho, disciplina e respeito demonstrados.

Será que sou bom?...


Será que sou bom aluno? será que sou bom atleta? será que sou bom discípulo? será que sou bom professor? será que sou bom treinador? será que sou bom mestre?... será?... … … Será que alguma destas questões faz sentido sem antes encontrar a resposta à seguinte questão: “Será que sou um bom Ser Humano?”... Pois muito se fala de “caminho”, o trilho que se tem de percorrer para se ser bom (aluno, atleta, discípulo, professor, treinador, mestre...), mas onde fica esse caminho?.. No céu? Num local da terra? No(a)s outro(a)s?.. ou... em tantos outros sítios e atividades???... Porque não parar de canalizar essa energia para o exterior e olhar mais para o interior?... Porquê esta hesitação?... Muitos têm receio de olhar para dentro por temerem aquilo que vão encontrar, mas de facto não há outro meio para se ser um bom ser humano sem se começar por olhar para dentro... para o coração! Sendo um bom ser humano serei cada vez melhor em tudo o resto (o que requer o respetivo esforço, estudo e prática pessoal), sem a dúvida e o medo de querer saber.... será que sou bom?... ....

O bem e o mal

Verdadeiramente concentrado, um praticante de Artes Marciais sabe o quão responsável é, e o poder enorme que possui perante o meio e os outros. Todo este processo de consciencialização requer coragem, pois implica um  profundo conhecimento de si mesmo e a bravura de olhar o próprio "EU" de frente. Deixar de apontar os outros e arranjar desculpas externas para camuflar atitudes mais reprováveis é sem dúvida o esforço requerido e correto. No fundo não há necessidade de acreditar na existência de forças externas que controlam tanto o bem como o mal, nós temos esse poder, nós somos esse poder... se nos reunirmos com as condições desfavoráveis e nos aliarmos às nossas emoções e pensamentos destrutivos (paixão, ódio, inveja... ...), como resultado agiremos de modo a criar todo o mal que nos envolve, mas se pelo contrario, nos reunirmos com as condições favoráveis e nos aliarmos às nossas emoções e pensamentos construtivos (amor, tolerância, respeito... ...), como resultado  agiremos de modo a criar todo o bem que nos envolve. Isto não é uma questão de crença, mas sim de saber, saber que todo o bem e todo o mal é criação da nossa própria mente. Resta-nos portanto domar e treinar a mente de acordo com esta verdade absoluta, e deste modo todos nós podemos contribuir para um mundo melhor.

Artes e sistemas híbridos...

Ao longo da história desenvolveram-se vários sistemas de luta e artes marciais híbridas. A ideia de misturar e somar vários estilos num só é algo comum a diversas mentes e Mestres com uma visão mais abrangente e híbrida de combate. Como tudo o que existe não surge do nada, é necessário reunir as múltiplas condições favoráveis para que fenómenos como estes aconteçam. Entretanto, surgem também especialidades, se da mistura extrairmos e dividirmos as diversas componentes e as desenvolvermos em especialidade e género surge também uma evolução, em especialidade, mas que quando somada a outras várias especialidades obtemos uma vantagem evolutiva e mais uma vez híbrida. Em suma, todos os fenómenos estão interligados, não existem por si só e isolados. Desde sempre que todos contribuem para este fenómeno das Artes Marciais Mistas... a título de exemplo e sem critério de escolha, refiro o "Kyokushin"  de Masutatsu Oyama (arte marcial dura e especializada em contacto com  técnicas de golpear eficazes e com proximidade) e o "Jiu Jitsu Brasileiro" de Hélio Gracie (arte marcial suave e especializada em neutralizar, imobilizar, estrangular, pressionar, torcer articulações ou projectar o adversário levando-o a desistir, submetendo á técnica adversária.)... etc ... etc...  Segundo dados históricos, conseguimos ir a cerca de 5000 atrás no que diz respeito à existência de artes e ou sistemas de luta desenvolvida por povos guerreiros e até não guerreiros mas com manifesta necessidade de defesa... acredito que em boa verdade poderemos ir bem mais longe no tempo, pois o homem sempre teve a necessidade de se defender perante a hostilidade e agressão de outros, mas entretanto e na atualidade a evolução continua, tanto em especialidade como em soma de estilos...

Exemplo de alguns sistemas híbridos (clicar para ver mais info):
Pankration
Sambo
Jeet Kune Do
Daido Juku
Nippon Kempo
 ... e muitos outros

Pela arte e pelo desporto... saudações!!!

Estilos usados no MMA

TEXTO TRANSCRITO:

Abaixo, um apanhado das principais Artes marciais usadas no MMA, suas características e importância relativa na formação dos atletas.

Karaté
O Karaté é a arte milenar do contragolpe. Ao longo dos anos, tem aparecido com destaque nas artes marciais mistas.
Inicialmente, através do Kempo: uma variação bem complexa do karaté típico de combate. Um grande campeão que tem a sua base no kempo é Chuck Lidell, um contra-golpeador muito eficiente.
A contento, com o passar dos anos, atletas do K1 e de outras modalidades de luta em pé foram migrando para o MMA e junto, trouxeram o Karaté Kyokushin. Trata-se pois de uma modalidade muito agressiva e bastante técnica. Geralmente, os atletas que têm no kyokushin a sua base são técnicos, leves e estratégicos, é o caso de Georges St. Pierre.
Por último, a saga de Lyoto Machida deixou evidente a eficiência do Karaté Shotokan para uso nas artes marciais mistas. Esta modalidade tem na movimentação o seu primor, justamente em função de ser voltado para o contra-golpe mais eficiente possível.
É importante lembrar que, independentemente de suas modalidades de origem, os atletas têm buscado aprender karaté com a intenção de aprimorarem a movimentação, deixarem suas bases mais complexas e mais difíceis de serem decifradas e, principalmente, para aperfeiçoarem o aprendizado do contragolpe.

Boxe
A nobre arte teve um papel fundamental na evolução do MMA.
Muita gente divide o MMA em duas épocas: Antes de Belfort e Depois de Belfort.
Vítor Belfort foi o primeiro atleta a introduzir o boxe de forma consistente ao treinamento voltado para o MMA, o primeiro a conseguir grande êxito usando o boxe como seu pilar. Vítor demonstrava um boxe surpreendente, rápido, versátil e bastante alinhado. Além de tudo, sua base era tipicamente a de um boxer, inclusive no que diz respeito às progressões em linha reta com uso de jabs, diretos e ganchos.
Desde essa época, a introdução do boxe tem sido cada vez mais gradativa ao sistema misto de lutas o que foi, inclusive, criando uma intimidade maior dos treinadores dessa nobre arte inglesa com o MMA, e paradoxalmente, também serviu para potencializar essa junção, já que o boxe é um esporte muito estratégico, ao contrário do que muitos pensam.
Hoje, é bastante comum ver grandes técnicos de boxe como headcoachs de atletas famosos.
Também não podemos deixar de lembrar que mais de 90% dos árbitros laterais em atividade no MMA tem a sua experiência advinda do Boxe.
Conclui-se que o Boxe mudou o MMA, daí a sua enorme importância.

Muay Thay
O Muay Thay ocupa um lugar de enorme destaque nessa lista e não poderia ser diferente. A enorme parte dos grandes strikers da história do MMA, se não vieram do Muay Thay, ao menos passaram a treiná-lo como forma de potencializar as suas experiências agressivas de combate. Ao considerarmos somente o grupo seleto dos grandes chutadores do MMA, essa parcela de versados na arte tailandesa aumenta para a quase totalidade.De fato, essa arte apresenta uma base bastante consistente, boa para a defesa de chutes, ótima para proporcionar a possibilidade de desferir golpes altamente violentos pelo forte desenvolvimento do quadril.
Sobretudo, os atletas do Muay Thay têm mais facilidade em aprender e desenvolver o boxe, graças às suas ótimas guardas e ao aprendizado precoce de algumas técnicas básicas de socos e variações. Por outro lado, são atletas que dificilmente desenvolvem as suas habilidades de solo, e portanto, em geral, são strikers natos, por isso mesmo, pouco versáteis.

Wrestling
Muita gente diz que um wrestler de nível espetacular pode ser um lutador de MMA sem ter que sequer aprimorar outras habilidades.
Nisso, há uma meia-verdade.
O wrestling é a única arte que consegue anular o jogo de quedas, comprovadamente, bem como, se bem aplicada, dificilmente será anulada por outra arte. Assim, o wrestling é, ao mesmo tempo, o maior antídoto e o maior veneno.
Mas uma luta de MMA se desenvolve em todos os campos e ninguém está livre de ser acertado por um pombo sem asa e apagar. Por isso mesmo, hoje se sabe que o wrestling é muito eficiente, mas não pode ser tido como a única solução de todos os problemas.
Em primeiro lugar, é importante saber que hoje no mundo não existe lutador gabaritado sem um nível pelo menos intermediário de wrestling.
Em segundo lugar, é mais importante ainda saber que não existe no mundo lutador de wrestling apenas que seja um grande lutador de MMA.
O wrestler leva, sim, algumas vantagens. Para começar, desenvolve absurdamente a força e a resistência. Geralmente, são atletas com força descomunal e que aguentam qualquer tranco, mesmo sendo leves. Além disso, têm facilidade na transição para o Jiu-jitsu por já conhecerem em grande parte a luta de solo. Por fim, aprendem boxe e muay thay com mais eficácia que os atletas de jiu-jitsu, já que desenvolvem muito bem a região do tronco e, principalmente, as pernas.
Podemos concluir que o wrestling está em segundo lugar por ser a arte com maior capacidade de prover a transição para as outras, além de ser muito eficiente, por si só.

Jiu-Jitsu
O MMA existe e deve isso ao Jiu-jitsu. Foi a brilhante ideia da família Gracie de testar a sua arte confrontando-a com as outras em um torneio revolucionário que deu origem ao que hoje todos conhecem como UFC.
Mas não só por isso essa arte aparece em primeiro lugar nessa lista. Evidentemente, hoje em dia quase todos os objetivos nas lutas mistas convergem para um único maior: sobrepujar o oponente ao derrubá-lo ou, simplesmente, colocá-lo de costas para o chão, ao menos para mantê-lo em posição inferior e usar o ground-and-pound.
O Jiu-jitsu é a única arte ideal para derrotar um oponente sem machucá-lo ou sequer ter de fazer muita força e, se bem aliado com um wrestling de qualidade, torna-se um conjunto praticamente imbatível. Por essa razão, tanto um quanto o outro são sempre treinados nas artes mistas modernas.
Um jiu-jitsu de alto nível trata-se de meio caminho andado para formar um grande campeão, já que o torna muito menos vulnerável quando em posição inferior, ao minorar  o ímpeto do oponente pela possibilidade de se ver finalizado em instantes, caso cometa um erro. A outra metade desse caminho será percorrida ao se adquirir qualidade superior no wrestling, no boxe e no muay thay. No bojo dessas artes, há outras que podem ser incrementadas como fonte de categoria e substância.
Ninguém questiona a posição de destaque do jiu-jitsu no MMA, muito pelo contrário, todos procuram treiná-lo e raríssimos são os grandes campeões que não são sequer iniciados nessa arte. Fedor seria um singular exemplo, talvez.

nota: texto extraído de "http://www.clubedomma.com.br/as-5-artes-mais-importantes-da-historia-do-mma/" 

Estar pleno


A busca da perfeição é vista por vezes como o objectivo de um praticante de artes marciais, pelo próprio, e pelos que o rodeiam e observam o esforço e dedicação muitas vezes sofrida com que se entrega ao treino. Contudo... Será afinal o próprio caminho o verdadeiro objectivo?.. Existirá a perfeição?.. Por vezes uns optam por saltar de escola em escola, outros de mestre em mestre, outros de estilo em estilo, outros desistem por acreditarem na impossibilidade de atingir tal propósito, outros fidelizam-se cegamente e acreditam na possibilidade de lá chegarem... Outros põem tudo em causa quando se deparam com a dura realidade da derrota (física e psicológica) perante um confronto... "Afinal neste cenário completamente diferente do habitual sinto-me completamente impotente perante um caminho tão díspar do já tão sofrido e percorrido, andei a perder tempo?"... Enfim, são tantas as possibilidades que poderia ficar aqui eternamente a enumerar e a tentar relembrar de caminhos com que me cruzei, com as tantas sensações, percepções e vontades que partilhei com tantos e tão diferentes praticantes de diversas artes marciais.
No fundo, o motivo é sempre o embate entre a satisfação vs insatisfação, o eterno conflito interior. Este conflito é posto de lado temporariamente através do prazer obtido pela sensação ilusória de nos aproximarmos da referida perfeição, seja através de subjugar os outros através do desenvolvimento da força e da inteligência táctica proveniente do tal esforço e entrega aos treinos, seja pela obtenção de mais um nível (cinto, faixa), seja pelo elogio e admiração dos outros... e mais uma vez poderia ficar aqui eternamente a enumerar e enumerar e enumerar... Sem fim à vista. Eis que inevitavelmente surgirá a realidade. seja dentro ou fora do cenário e ou contexto marcial (treino, competição... no dia a dia, nas relações pessoais)... e o conflito interior regressa... Basta para isso a sensação ou a simples ameaça de derrota... Vai-se a satisfação vem a insatisfação e este conflito nunca terá fim...
Acredito que tudo se resume à sensação de plenitude, mas como todas a sensações, também esta é impermanente, carece e depende do resultado do conflito entre satisfação vs insatisfação... Mas quanto mais contacto houver com a realidade, quanto mais crescermos mentalmente, e quanto mais a insatisfação ganhar o conflito, mais possibilidades temos de atingir um estado de "contentamento" ao invés de satisfação temporária, e para este contentamento não importa se se obteve o desejado objectivo de atingir a perfeição e de ser o melhor.
O verdadeiro esforço está em abandonar os nossos pontos de vista, os velhos hábitos, já tão impregnados e que nada mais são do que deduções derivadas de normas, impostas pelo meio envolvente (sociedade, cultura, escola,  associação, federação... ... ... ... ). O anterior esforço era ganancioso e como tal sem limites, carregado de excessos que levam sempre inevitavelmente à frustração, por muitos momentos de "satisfação" que se obtenha essa ganância excessiva, esse esforço mal direccionado mantém-nos prisioneiros do referido conflito interno.
Como já foi explicado diversas vezes, a prática poderá levar ao entendimento das coisas, este entender requer sempre que se aprenda, experimente e se sinta por nós mesmos. É nesse momento, o do entendimento, que se poderá alcançar então o estado de plenitude, estar pleno é quando se descobre que se  ama o que se entende e se entende o que se ama. Neste estado de plenitude alcançamos a leveza de espírito e libertamo-nos da prisão que era o conflito interior entre a satisfação e a insatisfação.
Mesmo que a perfeição não exista, devemos manter o treino dos nossos espíritos e corpos de acordo com este estado de plenitude, seja dentro e ou fora do tatâmi... Amar o que se entende e entender o que se ama.