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Copyright ® KMD Sistema marcial evolutivo

K.M.D. A prática essencial

A prática essencial é sem dúvida a mais importante de todas, e aquela de que não devemos nunca abdicar durante todo o caminho. Através do treino permanente desta prática o guerreiro aproxima-se mais e mais da sua verdadeira essência até se fundir perfeitamente com ela, ao ponto de manter uma atitude constante em todos os gestos do dia à dia, seja dentro ou fora da classe e ou aula:
1 - Sentar e relaxar.
2 - Alinhar a coluna e eliminar a tensão muscular.
3 - Fechar os olhos com as pálpebras e músculos faciais relaxados.
4 - Canalizar a respiração para o baixo ventre e com ciclos profundos e não forçados.
5 - Colocar as mãos relaxadas sobre as pernas ou joelhos com as palmas para cima e dizer mentalmente “aqui e agora estou receptivo a todo o poder da linguagem universal, poder do amor cósmico e poder da lei carmica”.
6 - Juntar as palmas das mãos ao nível do plexo solar e dizer mentalmente “aqui e agora uno as minhas mãos em sinal de harmonia, humildade e respeito para com todo esse poder e para com todos os mestres e Buddhas do passado, presente e futuro”.
7 - Executar o mudra do K.M.D. e dizer mentalmente “ aqui e agora tomo consciência de que o meu único e verdadeiro poder é controlar todas as minhas acções neste local e neste momento”.
8 - Colocar suavemente as mãos sobre as pernas e ou joelhos com as palmas para baixo e dizer mentalmente “aqui e agora não existe nem passado nem futuro”.
9 - Neste momento visualizar aleatoriamente e sem escolha a imagem de alguém (amigo ou inimigo) e dedicamos um ciclo respiratório a esse alguém. Ao inspirar visualizamos o negro a sair de alguém para dentro de nós através das narinas, esse alguém fica cheio de luz ... ao reter a respiração, o nosso poder é elevado... ao expirar esse negro sai pelas narinas e todo o nosso corpo também é luz... e assim sucessivamente. Podemos fazer pessoa a pessoa ou ao colectivo humano como que uma rede de energia karmicamente positiva multiplicada até ao infinito, e deste modo das múltiplas luzes fazemos uma única de poder imenso. Na inspiração dizemos mentalmente “absorvo toda a mágoa e preocupação” e ao expirar “ retribuo amor e respeito".
10 - Unir as mão em mudra da meditação abaixo do umbigo e contemplar o silencio e a essência interior no aqui e agora num profundo estado meditativo e por tempo indeterminado.
11 - Abrir os olhos, fazer no mínimo 3 respirações profundas e lentas com a caixa toráxica e movimentar e alongar ligeiramente o corpo.

Boa prática!!!

K.M.D. Princípios

Disciplina – sem a qual nenhuma prática é possível, não confundir disciplina com sentido de obrigação, medo ou complexo de culpa, disciplina não pode ser algo que nos é imposto por terceiros. A ideia mais exacta seria auto-disciplina, e deste modo, exigir o máximo de nós mesmos como praticantes da doutrina da guerra interior e esperar o mínimo dos que nos rodeiam seria sensato para evitar conflitos.

Energia interior – é no nosso interior que reside todo o poder para ultrapassar os momentos difíceis. Não se trata unicamente de força e inteligência mas sim de uma fonte inesgotável, se em harmonia com o universo, que alimenta todas as nossas capacidades.

Corpo e mente sã – aqui reside a base de sustentação de todo o processo da prática. A manutenção da saúde através de comportamentos saudáveis é fundamental para desenvolver o processo de evolução. Um comportamento de excessos e agressão à nossa própria saúde afasta-nos obviamente do centro e constitui um grande obstáculo à concentração. É fundamental ter consciência das nossas limitações tanto físicas como mentais, assim como do desgaste das nossas potencialidades através da idade e dos nossos comportamentos. Adequar o conceito de bem estar físico, psicológico e social é então fundamental a qualquer artista marcial.

Sistema de combate e defesa pessoal – a ter de fazer algo, que seja algo verdadeiramente eficaz e ao nível do momento. O importante é não esquecer que o sucesso neste principio está directamente relacionado com o sucesso dos 3 anteriores. Todas as técnicas são úteis e eficazes desde que usadas no momento e da forma correcta. Técnica, táctica e estratégia têm de andar sempre juntas e numa relação harmoniosa. Só através de uma prática constante do sistema é que desenvolvemos a capacidade de adaptar o esquema técnico-táctico às infinitas situações reais possíveis de acontecer num confronto.

K.M.D. Máximas

Amar e Respeitar a Natureza – Sendo a Natureza a mãe de todas as mães, nós filhos, temos de manter a qualidade da relação que tende a ser ameaçada pelos nossos comportamentos. Pois a regeneração e os ciclos naturais e necessários à vida dependem unicamente das nossas acções sobe o meio que simplesmente retribui com uma reposição de um equilíbrio continuamente ameaçado pela nossa agressão constante. Dentro das nossas capacidades, actos de consumo de meios e poluição entre outros, deverão de ser responsabilidade de todos, desde os mais simples aos mais complexos, dos de menor aos de maior impacto... a Natureza não só agradece como retribui!

Nunca fazer um mau uso do sistema – Há fins que não justificam os meios, e o uso de meios técnico-tácticos adquiridos pela prática são um meio possível de uso de força (controlar os outros), mas o caminho do guerreiro é o do auto-controlo. Saber como e quando usar adequadamente os conhecimentos técnico-tácticos faz parte da própria pratica e requer um nível de consciência elevado e treinado. Retaliar significa usar a força e constitui sempre uma derrota, contudo uma contra medida à altura da acção agressora negativa requer um espírito ímpar não só em habilidades e destreza física mas também num auto-controlo superior.... Agir sim mas nunca por medo, ódio ou vingança, sempre por amor e respeito, pelo agressor e também por nós mesmos.

Busca continua do equilíbrio – O requisito fundamental a esta busca é a concentração, pois sem a tomada de consciência da existência dos opostos não temos noção da existência do centro. Entender que o nosso eu é o nosso pior inimigo é algo de fascinante, mas entender em simultâneo que o nosso maior inimigo é também o nosso maior amigo é algo que requer concentração absoluta no equilíbrio. O equilíbrio reside sempre entre os opostos e a sua busca tem de ser continua devido ao estado de consciência ser impermanente por imposição do movimento continuo dos opostos... portanto a busca não significa ser equilibrado mas quando continua e concentrada permite "estar" em equilíbrio.

Uma visão Karmica

Saber a existência do Karma, por si só não chega, falta experimentar e sentir a um nível meditativo. Lutar contra o Karma pior ainda... lutar.... sempre a lutar contra... ... desse modo geramos sempre emoções negativas e emoções de retaliação contra algo que é inevitável e que foi produzido por nós mesmos, pelas nossas acções passadas... ... isso é andar tipo bola de ping pong.... entre os opostos. Primeiro temos de ter amor por nós mesmos, compreensão por nós mesmos, tolerância por nós mesmos e consequentemente aceitar e perdoar a nós mesmos sem necessariamente lutar contra seja lá o que for... pensar e sentir que "aqui e agora" é o único local e momento que realmente existe, e aceitando a dor como uma dádiva (sem lutar contra) aos poucos concentra-mo-nos no que realmente é a única verdade "aqui e agora" e desse modo vamo-nos afastando (sem lutar) do condicionamento das nossas acções passadas... e (sem lutar) num determinado momento... click!!! "nunca atirar uma bola contra a parede se não estivermos preparados para a receber de volta"... pois é simplesmente isso que o universo faz... retribui de volta todas as nossas acções, sejam elas em corpo, em palavra, em pensamento e em espírito. O problema reside nas nossas reacções a esse retribuir, na nossa luta contra o exterior, na nossa falta de visão, na nossa falta de paciência... e isso torna-se um ciclo sem fim. Imaginem uma pedra a rebolar pela montanha abaixo, quando ela chega à parte plana, não para de imediato... leva o seu tempo a parar... depende sempre das energias que trazia e acumulou durante toda a descida. Aceitar a verdade é encontrar a liberdade... e ser livre é contemplar a vida exactamente como ela é... causa e efeito... só deste modo é que aquilo que outrora era dor, aqui e agora, é felicidade. Feliz, o guerreiro continua a dança...

O poder da respiração

O controlo da respiração é o primeiro passo para o nosso auto-controlo. Desde a primeira inspiração até à ultima expiração é-nos permitido controlar a qualidade dos ciclos respiratórios intermédios sem os quais não nos manteríamos vivos. Deste modo há que tomar consciência da vital importância do controlo da nossa respiração, tomar consciência que a próxima expiração pode inevitavelmente ser a ultima permite-nos aceitar a próxima inspiração sempre como uma dádiva. De vez em vez parar um pouco para tomar consciência de que respiramos e de que, mais importante que tudo, temos o poder de controlar essa mesma respiração. Tornar a respiração mais tranquila, profunda e consciente, traz sem dúvida melhor qualidade de vida. Se mantiver-mos e transpusermos esta atitude para as nossas acções diárias veremos o poder que podemos e devemos de ter sobre nós mesmos, e deste modo minimizar o impacto karmico negativo em relação a todos e tudo o que nos rodeia.

Atitude

O verdadeiro Guerreiro aceita a impermanência das "coisas" com todas as suas células, pois tem sempre a certeza da morte presente nos seus pensamentos... esta é a realidade única. Assim sendo, quem tem sempre presente no seu intimo esta realidade, ao iniciar um discurso e ou ao responder a alguém, vai sempre considerar muito bem cada palavra proferida e nunca se envolve em discussões inúteis. Através desta atitude não se permite que outros nos convençam de forma enganosa, a ir a lugares inadequados e ou fazer algo contra a consciência superior. Deste modo o Guerreiro evita o conflito, as situações desagradáveis, a necessidade de mentir e males futuros.

Ser Guerreiro

Ser Guerreiro é praticar a doutrina da guerra interior... desenvolver a percepção de que o mundo é o grande feiticeiro que encanta os nossos sentidos com o objectivo de nos enganar e desviar da realidade. Sempre que a informação é captada pelos nossos sentidos, passa pelo filtro das emoções e dos pensamentos, deste modo e aos poucos vai sendo criada uma imagem ilusória que se vai sobrepondo à realidade e com a qual nos vamos erradamente identificando. O objectivo da prática é desenvolver o papel preponderante da táctica e da estratégia como antídoto a esta tendência. Nunca baixar a guarda e saber como lutar um a um os obstáculos que nos cercam constantemente. A quando do erro, focar a culpa requer uma visão mais além do óbvio, uma visão que alcance a origem e não o erro por si só e isolado. Pois é na paixão impulsiva que o guerreiro se desfragmenta em mil pedaços, abrindo espaço ao medo, que nutre a raiz do desejo. Surge então a dúvida como catalisadora para o apego ou aversão, e desse modo a verdade fica camuflada e vivemos o mais ilusório dos mundos. A tendência é então... agir... ou... não agir... de acordo com essa ilusão que acreditamos ser a realidade... e eis a origem do erro... os venenos da mente, os obstáculos à sabedoria do guerreiro. Assim que se toca a essência, nada se teme tudo se contempla... pois na essência a ausência de tempo passado e futuro não abre espaço à paixão, ao medo, ao desejo, à duvida, ao apego, à aversão... e à ilusão. Só uma correta percepção do mundo é que nos permite compreender a verdade única e absoluta e desmascara o engano que é a ilusão.